Kant e Fichte vêem o homem como construtor da realidade com a responsabilidade de construir a própria natureza humana - tarefa central da Filosofia e da Educação. O ponto de partida de Kant é o problema da conciliação entre a disciplina necessária a toda formação e a liberdade inerente ao próprio homem. Na mesma perspectiva humanista, Fichte faz da liberdade condição absoluta da ação educativa. Luc Vincenti desenvolve esse núcleo revolucionário do pensamento pedagógico. Acompanha o texto o Segundo discurso à nação alemã.
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Atualmente, há cerca de vinte milhões de analfabetos no Brasil, resultantes de um processo histórico longo, com lutas políticas e ideológicas mal resolvidas. Ao cidadão talvez pareça natural a idéia de que o Estado tem o dever de propiciar a todos os indivíduos, por meio da educação, o acesso à leitura e à escrita, como uma das principais formas de inclusão social, cultural e política e de construção da democracia. Nesta obra, a autora aborda conceitos como alfabetização e analfabeto, até sua gradativa substituição por expressões e noções como letramento e iletrado. Analisa a trajetória percorrida e o esgotamento de determinadas possibilidades teóricas e práticas no campo educacional evocando meios para sua superação, bem como para o resgate da dívida histórica com os excluídos da participação social, cultural e política no Brasil.
Abordagem do tema da educação e a relação teórica entre as idéias pedagógicas de Reich e Freud, inexplorado pelos comentadores de Reich, cuja preocupação primordial foram as questões terapêuticas da neurose. As preocupações de Reich com a educação e a política atravessam sua obra, buscando responder basicamente a: como emancipar a sociedade se os indivíduos que a constituem têm medo da liberdade? Como formar indivíduos autônomos, com capacidade crítica, pré-requisito de uma sociedade democrática? A resposta de Reich, reconstituída minuciosamente pela autora, desde a fase inicial próxima de Freud até o seu afastamento da psicanálise e a elaboração da teoria da economia sexual, é uma educação das crianças menos repressiva sexualmente, vista como uma possibilidade para a profilaxia das neuroses, resultando numa sociedade mais saudável.
O tema deste livro é particularmente instigante para todos os que trabalham com a formação humana: educar é apostar. Educar é trabalhar com valores e, portanto, nunca será possível obter certezas por meio da verificação experimental, já que finalidades e valores não são passíveis de testes científicos. A partir disto, Hannoun cobra do educador uma lucidez prudente, uma dada dimensão de utopia: aquela que, impregnada de um sensato entusiasmo, é capaz de produzir as mais profundas transformações.
Este, que é o décimo e último livro da Coleção Maurício Tragtenberg, da Editora Unesp, publicada ao longo de quase nove anos, reúne textos concebidos como material para palestras, além de resenhas e artigos do pensador veiculados em periódicos de organizações e na imprensa. O ponto de convergência de boa parte dos textos está na discussão da dicotomia entre educação e burocracia, gerenciamento do Estado e autonomia. Direta ou indiretamente, os escritos examinam a questão da auto-organização dos trabalhadores.
Uma das mais brilhantes intelectuais brasileiras, Marilena Chauí discute em diversos ensaios a questão da universidade pública no Brasil. Temas como o da autonomia universitária cedendo lugar à universidade administrada nos moldes das grandes empresas privadas, a conseqüente con-fusão de critérios na avaliação de sua produtivi-dade e a recente questão dos professores ditos improdutivos da Universidade de São Paulo, são tratados pela autora de forma combativa nesta obra.