Para a autora, a literatura brasileira, com o modernismo, conquistou sua plena independência e maturidade. Isso inclui a própria língua, que se modernizou, aproximando-se da oralidade. O estudo se debruça ainda sobre a reabilitação romântica do índio ocorrida no modernismo, além do cosmopolitismo e do nacionalismo do movimento. Pau-brasil (1925), de Oswald de Andrade, que satiriza os cronistas coloniais, Martim Cererê (1928), de Cassiano Ricardo, que revisita o bandeirantismo e Cobra Norato (1931), de Raul Bopp, em sua retomada de mitos nacionais, são analisados em detalhe.
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O corpo humano ganha uma visão abrangente nesta obra organizada por Mary Del Priore e Marcia Amantino. Estão reunidos aqui artigos escritos por estudiosos de distintas áreas do conhecimento, que discorrem sobre as diversas facetas, representações e simbologias do corpo. Partindo das descrições de Pero Vaz de Caminha sobre o corpo das índias e indo até a ditadura da beleza no século XXI, o livro aborda uma considerável gama de reflexões sobre o assunto.
Neste volume, 13 autores apresentam e avaliam as inúmeras facetas que estiveram e estão por trás do conceito de homem no Brasil desde o período colonial. Os artigos demonstram que a masculinidade do brasileiro não resulta de características “naturais”, mas foi edificada e adquiriu perfis variados, conforme as diferentes épocas, áreas geográficas e classes sociais, além de religião e orientação sexual de cada um.
O esporte é uma das mais importantes manifestações culturais do século XX. É um fenômeno tipicamente moderno, que tem sua configuração articulada com todas as outras dimensões sociais, culturais, econômicas e políticas: arquitetura, modus vivendis, nova dinâmica das cidades, aumento da presença dos meios de comunicações, entre outras. A construção do ideário da modernidade, seus sentidos e significados, passa também pelas peculiaridades que adquiriu a prática esportiva no decorrer do tempo. As práticas corporais sempre fazem parte do patrimônio cultural de um povo, plenamente articuladas com uma cultura específica e sendo importantes ferramentas na construção de identidades: de classe, de gênero, de etnia, ligadas à construção da ideia de nação. No caso do Brasil, isso fica acentuado pela grande presença do futebol em nossa formação cultural, em nossa história. Tendo em vista essas considerações, esse livro pretende lançar um olhar panorâmico sobre o objeto no país, traçando uma trajetória temporal, desde o século XIX até os dias de hoje.
Conta a trajetória das mulheres, do Brasil colonial a nossos dias, voltando-se a todos os tipos de leitores e leitoras: adultos e jovens, especialistas e curiosos, estudantes e professores, arrastando-os numa viagem através dos tempos. Obra organizada por Mary Del Priore - da qual participam duas dezenas de historiadores além da consagrada escritora Lygia Fagundes Telles - mostra como nasciam, viviam e morriam as brasileiras no passado e o mundo material e simbólico que as cercavam. Percebendo a história das mulheres como algo que envolve também a história das famílias, do trabalho, da mídia, da literatura, da sexualidade, da violência, dos sentimentos e das representações, o livro abarca os mais diferentes espaços (campo e cidade, norte e sul do país) e extratos sociais (escravas, operárias, sinhazinhas, burguesas, donas de casa, professoras, bóias-frias). Também não se contenta em apenas de separar as vitórias e as derrotas das mulheres, mas derruba mitos, encoraja debates, estimula a reflexão e coloca a questão feminina na ordem do dia. Sucesso de público e de crítica, HISTÓRIA DAS MULHERES NO BRASIL já chegou a 20 mil exemplares vendidos, além de ter ganho os prestigiados prêmios Jabuti e Casa Grande e Senzala.
Publicado em 1920, 18 anos depois de Os sertões, de Euclides da Cunha, oferece uma fascinante visão dos diversos episódios que envolvem o beato Antônio Conselheiro, uma das figuras mais controversas da história brasileira em sua ambivalente posição de herói de multidões politicamente reprimidas e/ou de fanático religioso.