ECONOMIA, CULTURA E RELAÇÕES SOCIAIS EM SÃO PAULO - 1808-1850
Esta pesquisa sobre a sociedade paulista da primeira metade do oitocentos é tributária e também faz parte de um esforço para ampliar os estudos, investigações e interpretações deste amplo e diversificado painel historiográfico, literário e memorialístico. Retomando uma gama diversificada de documentos - jornais, como o Farol Paulistano, ofícios escritos por autoridades policiais, autos-cíveis, autos-crimes, atas, papéis avulsos e registros da Câmara, aquarelas, relatos de viajantes - e problematizando-os através da experiência da micro-análise, a autora procura infiltrar-se no tecido social urbano da cidade de São Paulo, entre os anos 1808-1850 e compreender outros contextos simultâneos ao da transmigração da família real para o Brasil, da implantação da Corte joanina, do processo de independência, das lutas regenciais e da implantação do Estado.
Autor deste livro.
Corsi retorna à época do Estado Novo a fim de compreender a relação entre as diretrizes da política externa e a implementação de um projeto nacional. As vantagens políticas e econômicas alcançadas por Getúlio Vargas, na esfera das relações internacionais, aparecem como peça fundamental na costura da unidade nacional e da viabilização do processo de industrialização. Inserção mundial e consolidação nacional são assim avaliadas com base em uma óptica renovada.
Este livro reconstitui de modo original a história e a evolução do PSB em São Paulo, de 1945 a 1965. Tomando como base de análise o jornal A Folha Socialista, esta reflexão sobre as propostas, a composição e a atuação deste órgão tem como eixo a produção teórica dos militantes. A reconstituição desse ideário, de caráter reformista, contribui, de modo bastante significativo para uma maior compreensão da realidade política nacional contemporânea.
No final da década de 1960, artistas brasileiros consolidaram um movimento cultural divisor de águas conhecido como Tropicália. Atualmente, a música inspirada por esse movimento tem recebido considerável atenção tanto no Brasil quanto no exterior. Poucos novos ouvintes, contudo, conhecem a relação entre essa música e as circunstâncias por trás de sua criação, a fase mais violenta e repressiva do regime militar que governou o Brasil de 1964 a 1985. Com importantes manifestações no teatro, cinema, artes visuais, literatura e especialmente na música popular, a Tropicália articulou com dinamismo os conflitos e aspirações de uma geração de jovens brasileiros urbanos.
Esta obra apresenta, na íntegra, o relato clássico de João Cabanas (1895-1974) da sangrenta Revolução de 1924, que tomou de assalto a cidade de São Paulo entre 5 e 28 de julho, deixando um rastro de destruição e morte. Durante aqueles dias cerca de 400 mil pessoas deixaram a capital, então com 700 mil habitantes, para sair da mira de granadas, tiros de artilharia pesada e até bombardeios aéreos que acabaram por arruinar vários bairros, ferir mais de 500 pessoas e matar outras 5 mil.
Este estudo revela a importância de pregadores imperiais como gênese de uma intelectualidade brasileira, no início do século XIX. É salientado o trabalho dos freis Francisco de São Carlos, Sampaio, Sousa Caldas e Januário da Cunha Barboza, e, sobretudo, Francisco do Monte Alverne, figura ímpar na construção de uma retórica nacional. Este trabalho demonstra o papel fundamental da oratória sagrada no Brasil oitocentista, num tempo em que o analfabetismo era imenso, e a palavra falada, o principal mote às discussões locais. A Corte havia chegado recentemente, o sistema administrativo estava ainda em formação, e as igrejas constituíam os poucos espaços que reuniam a população. Entre estas, teve particular importância a Capela Real onde, aos domingos, e ram pregados os sermões - a que não é alheio o papel de D. João VI pelo apreço que tinha pela oratória religiosa. A sermonística, ou seja, a arte de redigir e pregar sermões, é o objeto deste livro onde se verifica a sua importância como elemento preponderante na prática articuladora de ideias e, mais especificamente, de um tema - a pátria. Desse modo, a par de um fervor religioso, forma-se também um sentido de identidade nacional, que vem a originar a construção de um discurso brasileiro.