“A preocupação é mostrar como os formuladores de políticas e os educadores conceberam valores raciais e aplicaram-nos como práticas racializadas”. Em outras palavras, como os valores de raça e lugar social funcionam quando não irrompem no tipo raro de debate público que cercou a experiência de Jacyra? Nesta análise não há dialética entre opressores e resistência, e nenhuma dicotomia entre discussões específicas de ações racializadas e discussões mais gerais do sistema educacional do Rio de Janeiro. Este não é um estudo do comportamento social nem do embate de idéias. Este texto trata das formas muitas vezes efêmeras como os educadores transformaram um discurso sobre raça e independência nacional em práticas cotidianas em que a raça não era normalmente evidente, mas sempre importante.
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Este livro é o resultado de um conjunto de entrevistas com personalidades reconhecidamente bem-sucedidas. Por meio desses relatos, as ansiedades e mudanças provocadas por essa nova situação são analisadas com o intuito de discutir a noção de sucesso. Dessa forma, Ray Pahl procura abordar um conjunto de questões ligadas à teoria das motivações, à relação cultura política e, de forma geral, à chamada "história da vida privada".
Andando na contramão das tendências contemporâneas nas Ciências Políticas, Bobbio demonstra, neste livro, a atualidade da distinção entre esquerda e direita. O ponto de ruptura encontra-se na diversidade dos modos de encarar o problema da desigualdade social e de traçar seus diagnósticos e prognósticos. Com isto, desvela-se a permanência de antigos conflitos por trás de novas situações socioeconômicas.
Esta coletânea de ensaios foi organizada em comemoração ao centenário da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, de autoria de Olympe de Gouges, de 1791. Este documento excepcional, reproduzido aqui na íntegra, contrapõe ao universalismo abstrato da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 26 de agosto de 1779, a injustiça das condições concretas da mulher no terreno da cidadania.
Vida e esperanças é um relato sobre a importância do reconhecimento na construção do cotidiano. Aborda a negação da fecundidade implicada na realização de esterilizações por mulheres de um bairro pobre urbano do Nordeste, compreendendo este evento como parte de uma busca ativa de reconhecimento de mulheres pobres enquanto pessoas num mundo repleto de controles, de violência, de emoções e de resistência. Acompanhando uma qualidade narrativa que desarma pela sua aparente simplicidade e evidente clareza, o leitor é transportado para a rede de amizades da autora onde convive com os tormentos da ambigüidade que não somente assolam as moradoras da periferia nas suas decisões sobre saúde reprodutiva e todo que isso representa para elas, mas também que assolam à própria pesquisadora social em busca de interpretações fidedignas ao que observara.
Este livro mostra como Kelsen ocupa um lugar fundamental não só no estudo de direito de Bobbio, mas também em sua teoria política. O filósofo italiano confessa que deve a ele ser um defensor da chamada concepção processual da democracia, vinculada à idéia proposta por Schumpeter de como a competição entre as elites as leva a tomarem o poder por meio de eleições livres. Formulada pelo jurista austro-norte-americano Hans Kelsen, a idéia de Teoria Pura do Direito, que exclui do Direito quaisquer referências estranhas, especialmente aquelas de cunho sociológico e axiológico (os valores), consideradas áreas de estudo da Sociologia e da Filosofia, é discutida neste livro pelo historiador do pensamento político Norberto Bobbio (1909-2004).