Nesta obra estão reunidos textos de uma variedade de autores que tratam da produção intelectual e da trajetória de Nelson Werneck Sodré, relevante pensador brasileiro que só teve suas contribuições reconhecidas mais recentemente. Tal fato se deve pela posição singular que representava: era um militar adepto dos ideais marxistas. Portanto, ele sempre se encontrou em uma situação conflituosa em relação à instituição que representava, embora, mesmo com algumas ressalvas, comportilhasse dos objetivos dos segmentos nacionalistas democráticos das Forças Armadas, onde chegou à posição de coronel.
Pelo mesmo motivo, seus escritos tampouco eram reconhecidos por segmentos mais conservadores das universidades brasileiras, uma vez que, aos seus olhos, Nelson Werneck possuía um caráter ambíguo. Só a partir da década de 90 é que foi de fato “descoberto”. Autor de uma obra com 56 livros e três mil artigos, ele, na verdade, representa uma importante contribuição para a historiografia do país, graças às suas reflexões ousadas acerca da realidade brasileira
Autor de 4 livros disponíveis em nosso catálogo.
Nelson Werneck Sodré, autor de uma obra com 56 livros e quase 3 mil artigos, desenvolveu sua vocação de historiador em paralelo à de militar, na qual alcançou a patente de general-de-brigada. Neste livro, que dá continuidade às atividades da VIII Jornada de Ciências Sociais, apresenta-se uma análise dos variados aspectos de sua trajetória política e intelectual. Para os organizadores, a obra de Werneck Sodré é um desafio contemporâneo, pois esta não perdeu sua atualidade. "Em sua longa trajetória teórica e política - em que o ideário socialista sempre esteve presente - o autor destacava que, quaisquer que fossem as mediações postas em sua obra, uma etapa necessária para se enfrentar os desafios da superação do passado neocolonial brasileiro passaria por dois aspectos que, hoje em dia são desafios contemporâneos e inconclusivos. Talvez nunca estivemos tão próximos de buscar nesta obra o entendimento do Brasil atual: ele chamava a atenção para o fato de que precisamos construir a nação. Paralelamente, também explicava que essa tarefa teria o desafio de superar o imperialismo."
Este trabalho aborda a luta dos posseiros de Formoso e Trombas, região invadida duas vezes - a primeira logo após o golpe de 1964 por tropas da polícia e do Exército e a segunda em 1971 pelo Exército - e a participação do Partido Comunista Brasileiro por meio de seus militantes, analisando a penetração do capitalismo no campo no período 1950-1964. São avaliadas a estratégia política e a questão agrária no período 1945-1964 e a organização dos posseiros.
É realmente bom para a democracia que os militares fiquem longe da política? Ou seria melhor reconhecer que as forças políticas estão tão presentes nos meios militares quanto nos demais setores da sociedade? Nesta obra, Paulo Ribeiro da Cunha assume uma posição polêmica ao defender que se reconheça e legitime a presença histórica da esquerda nas Forças Armadas Brasileiras. Ele analisa o longo período de militância dos militares de esquerda no país, dividindo-o entre a fase da “insurreição” – do fim do século 19, com os “republicanos radicais”, até 1945 – e a fase de intervenção dos militares nas grandes causas nacionais, que se estende até 1964.
O livro trata da história da mulher no período colonial e, para tanto, a autora baseou-se em documentos e fontes impressas entre os séculos XVI e XVIII, constatando que as mulheres que fazem parte dessa sociedade barulhenta surgem na documentação sem qualquer neutralidade, exibindo plenamente as marcas de sua diferença sexual. As imagens encontradas estão recorrentemente associadas à dominação e à opressão sobre a mulher, sendo vítima constante da dor, do sofrimento, da solidão, da humilhação e da exploração física, emocional e sexual; ainda assim, foi possível encontrar a natureza de discretos poderes que reagiam e resistiam a essas situações pintadas nas imagens, poderes assegurados à mulher através de sua emancipação biológica, tanto quanto de sua emancipação à dominação masculina.
Por que o regime escravocrata foi repudiado no Brasil com tanta veemência em 1888, depois de ter sido aceito sem objeções durante séculos? Por que o projeto que decretou seu fim foi encaminhado com tanta urgência? Como explicar a aprovação da lei Áurea ao largo de debates mais acalorados por um parlamento em grande parte eleito por senhores de escravos? Por que estes não se armaram para tentar impedir o ataque à sua propriedade, garantida na Constituição? Que papel os negros e os escravos desempenharam no processo?