UM GUIA DESPOJADO PARA INCAUTOS NAS TERRAS ERMAS DA TERMODINÂMICA
Não por acaso, poetas e filósofos, e não apenas físicos e biólogos, têm demonstrado interesse, ao longo do tempo, pelas leis da Termodinâmica. Citadas com frequência como a maior descoberta científica do século 19, as duas primeiras leis, que tratam, respectivamente, de conservação e troca de energia e da entropia, praticamente definem o limite entre o possível e o impossível no Universo.
Esta obra tem como objetivo contribuir para que não especialistas e, particularmente, profissionais das áreas biológicas alcancem desempenho mais eficaz em contextos em que despontem conceitos da Termodinâmica. Embora fascine cientistas e leigos, a matéria é pouco compreendida pelo público geral, inclusive porque, segundo os autores, os estudos hoje disponíveis deixam ocultos muitos de seus aspectos relevantes. Nesse cenário, eles afirmam, os biólogos fazem da Termodinâmica – considerada um dos pilares da ciência moderna – um “ato de fé”, ou se rendem à própria ignorância acerca de tal “objeto divino”.
Sem a pretensão de oferecer uma base exaustiva da Termodinâmica, o livro busca trazer à tona elementos habitualmente eclipsados quando se estuda a matéria. E, assim, preencher uma evidente lacuna na literatura sobre o assunto, que compreende obras demasiadamente herméticas ou excessivamente sucintas. “A Termodinâmica é uma ‘coisinha manhosa’. Entretanto, a “manha” não se encontra na matemática, como muitos tenderiam a acreditar [...]. E a razão por detrás disso é que a Termodinâmica é uma área essencialmente empírica”, escrevem os autores.
Autor deste livro.
A palavra caos, desde a Bíblia, é relacionada a tudo aquilo que é instável, desordenado e imprevisível. Prêmio Nobel de Química de 1977, o autor questiona esse conceito. Ao associá-lo a noções de probabilidade e de irreversibilidade, trabalha com descrições estatísticas que reconsideram o conceito de caos, gerando uma nova coerência, que permite o desenvolvimento de uma teoria quântica em que a aparente desordem na relação entre a natureza e o tempo não anuncia o Apocalipse.
O prodigioso desenvolvimento da ciência contemporânea nos faz supor que os fenômenos da natureza obedecem a leis determinantes da evolução. Mas essa imagem tem seus limites. Até os sistemas dinâmicos mais simples podem ser impreditíveis e apresentar uma evolução caótica. Mas qual a razão desse caos? A partir da noção de tempo, os autores oferecem respostas claras a essa questão e expõem os conhecimentos hoje disponíveis sobre o assunto em todas as áreas do conhecimento.
Nenhum outro assunto obteve tanta projeção nos meios de comunicação, sejam eles leigos ou especializados, nos últimos anos como o Projeto Genoma Humano (PGH). É esse projeto de pesquisa biológica que se encontra no centro de gravidade deste livro, que busca analisar o motivo e a forma pela qual as tecnologias da vida desencadearam tanta comoção. A tese central do autor é que tal comoção só se explica pela mobilização retórica e política, nas interfaces com a esfera pública leiga, de um determinismo genético crescentemente irreconciliável com os resultados empíricos obtidos no curso da própria pesquisa genômica.
Em entrevista a Jesus de Paula Assis, um dos maiores físicos brasileiros, César Lattes (Curitiba, 1924), descreve sua trajetória, narrando, entre outras coisas, sua participação num dos acontecimentos cruciais da física contemporânea no final dos anos 1940: a detecção e, em seguida, a produção artificial de partículas subatômicas. Lattes, que trabalhou em centros de pesquisa na Inglaterra, nos Estados Unidos e na Itália, fala também de outros grandes físicos com os quais conviveu, como o dinamarquês Niels Bohr, prêmio Nobel de Física por sua teoria sobre a estrutura do átomo. Abre o volume um artigo do próprio Lattes intitulado "Meu trabalho em física de mésons com emulsões nucleares", que trata da descoberta que lhe valeu o reconhecimento internacional.