Esta obra de Éttore Finazzi-Agrò convida o leitor a um voo panorâmico sobre as heranças históricas e culturais do Brasil. Mas o autor não tem como objetivo construir uma síntese cronológica da história da produção artística e cultural do país. O que ele oferece, ao contrário, é uma visão composta de fragmentos dispersos no espaço-tempo.
Finazzi-Agrò optou por esse caminho não por lhe faltarem elementos. Para ele, simplesmente não é possível – e seria também inútil – fazer tal síntese cronológica: “Uma obra desse tipo correria, de fato, o risco (na verdade, incontornável) de ser arbitrária e ideologicamente orientada, de ser, em suma, apenas uma narrativa montada à vontade do autor.”
Ele acredita que, na busca de escrever sua própria história, a cultura brasileira pode ter negado o passado, sacralizando-o em uma espécie de recalque simbólico, sem, contudo, ter esquecido que esse espaço oco pode ser um ‘tempo em palimpsesto’ – ou seja, em que os eventos se alternam.
Após analisar os modos possíveis de “fazer história” num contexto pós-colonial, ele estuda, por exemplo, o mito fundador de uma “ilha Brasil”, aborda temas vinculados à figura do índio na cultura brasileira e perpassa questões como pobreza, violência e marginalidade.
A obra, assim, constitui um inventário das origens plurais do que se entende por identidade brasileira. É um estudo das ordens infinitas que constituem a trama do real. Ou na definição do próprio autor: “Um livro de afetos: afeto ou dedicação à cultura brasileira e aos seus expoentes, escritores ou críticos, literatos ou teóricos da literatura”.
Autor deste livro.
Corsi retorna à época do Estado Novo a fim de compreender a relação entre as diretrizes da política externa e a implementação de um projeto nacional. As vantagens políticas e econômicas alcançadas por Getúlio Vargas, na esfera das relações internacionais, aparecem como peça fundamental na costura da unidade nacional e da viabilização do processo de industrialização. Inserção mundial e consolidação nacional são assim avaliadas com base em uma óptica renovada.
Livro que relata a memória histórica de São Caetano, entre o fim do Império e o fim da República Velha. Um olhar que decorre do vivido no subúrbio e revela outras dimensões da vida urbana. Ganhador do Prêmio Jabuti 1993 de Ciências Humanas.
Esta 8ª edição, revista e ampliada, do livro A Abolição, da professora Emilia Viotti da Costa, aborda o processo de lutra pela abolição da escravidão no Brasil e desmistifica a imagem da abolição como doação da princesa Isabel em 1888 e não como exigência de um sistema de produção. A autorea relata os diversos momentos, personagens e aspextos do processo abolicionista que libertou os brancos do fardo da escravidão e abandonou os negros à sua própria sorte.
Este estudo traça o retrato do movimento operário de Santos, na virada do século, quando se transformou em importante porto e cidade multirracial e multicultural. Trata-se de uma importante contribuição para o melhor conhecimento da história social e política do período.
Neste livro que une o estudo da História com a prática da educação, as autoras Kênia Hilda Moreira e Marilda da Silva realizam um apanhado das pesquisas realizadas sobre os livros didáticos da disciplina historiográfica. Elas avaliam como essas publicações são investigadas em programas de pós-graduação no Brasil, identificando como estes estudos se intensificaram a partir da década de 1980. A obra, então, abarca as décadas subsequentes, chegando até o ano de 2005 e evidenciando a evolução nessas pesquisas.