Banidos, rejeitados, os párias do mundo surgem no exato momento em que o Ocidente proclama uma emancipação do ser humano que, no entanto, não vale para todos. Este livro aborda esta contradição, ao contar a história do pária contemporâneo a partir do ponto culminante da Revolução Francesa de 1789 – a definição dos direitos individuais e coletivos do “homem”.
A autora investiga as diferentes figuras do pária, retomando as variações de sentido do termo ao longo da história, para concluir que pária é uma metáfora carregada de sentidos, momentos e versões diversas de um mesmo relato. São igualmente párias, embora essencialmente diferentes, o intocável indiano, o pária ocidental, a mulher autora, o judeu, o homossexual, o imigrante, o desempregado. O termo pária, assim, demonstra ela, não remete àtrajetória de um grupo particular oude um povo específico. Antes, afirma, é uma expressão do polo negativo de um discursoemancipador.
Ao problematizar a figura do pária, a autora toca em uma questão contemporânea relevante, demonstrando a dificuldade de pensar simultaneamente a diversidade do grupo excluído por uma construção hierárquica e a singularidade do indivíduo que não cabe na definição do grupo ao qual é associado: “Por meio dos destinos extraordinários dessa ‘escória do mundo’ revela-se o destino imposto a toda uma população. Mas também as contradições de nossa modernidade política e a exigência sempre atual dos párias rebeldes, que se obstinam em reivindicar a admissão na categoria de humanidade de cada indivíduo particular”.
Autor deste livro.
O termo interdisciplinar é cada vez mais usado entre os pesquisadores das mais diversas áreas de pesquisa. Poucas vezes, porém, o tema foi tratado com tamanha lucidez como neste livro. O historiador inglês realiza um rico diálogo entre a disciplina História e suas correlatas, que incluem a Sociolingüística, a Psicologia Social e a Comunicação, entre outras. Esse esforço estimula a estudar a cultura de um prisma abrangente e eclético, que permite o diálogo fecundo entre idéias distintas de diferentes ciências.
Este trabalho pretende analisar os diversos significados que a noção de legislador admite no Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau, acompanhando alguns argumentos e parte da obra de Rousseau desde o Primeiro Discurso até o Contrato Social, e depois as Considerações sobre o Governo da Polônia. A primeira parte, que compreende os dois primeiros capítulos, discute alguns pressupostos contidos no Contrato Social. A partir daí, a segunda parte apresenta, no capítulo três, uma hipótese de leitura do conceito de legislador e, no capítulo quatro, a verificação da conveniência dessa hipótese.
Com textos que mostram, explícita e implicitamente, a ligação do feminismo com as Ciências Sociais, pelo viés da Sociologia das Relações Sociais, no campo da saúde, este livro é a compilação de diversos artigos produzidos na última década, com base em pesquisas teóricas e empíricas realizadas pela autora sobre a problemática sociológica das mulheres, especificamente no referido campo. Uma lenta construção amadurecida ao longo de seu ofício de socióloga, no ensino e na pesquisa, que teve influência vital da experiência feminista que vivenciou nos anos 70 e 80, na França e no Brasil.
Este novo livro da coleção Maurício Tragtenberg combina diferentes artigos tendo como mote o socialismo libertário em sua práxis, ou seja, nas relações entre teoria e pratica. Nesta obra, o autor examina textos de Rosa Luxemburgo, Karl Marx, Enrico Malatesta, Mikhail Bakunin, Peter Kropotkin, Nestor Makhno, Diego Abad Santillan, Durruti e Pistrak, encorajando o debate indispensável entre socialismo libertário e socialismo autoritário-dogmático.
O livro é composto de 8 capítulos que trazem uma minuciosa análise com perspectiva histórica e também fontes bibliográficas de arquivos consultados na Agência Central de Inteligência (CIA) e no Departamento de Estado. Quanto à seleção de documentação presente no livro, o autor escreve "A seleção e análise da documentação não tiveram como objetivo a descoberta de fatos que pudessem contribuir para esclarecer eventuais lacunas presentes nos estudos históricos conhecidos. A intenção foi registrar as avaliações prévias às decisões de política externa, com base em análises originalmente sigilosas, a fim de descrever objetivamente as situações a serem enfrentadas, de modo a assessorar o poder executivo para que este seja bem-sucedido nas medidas adotadas".