Benjamin Cohen busca neste livro reconsiderar o papel que o dinheiro representa no mundo atual, além de oferecer ao leitor, inclusive o leigo, uma nova lente através da qual ele possa enxergar as mudanças “revolucionárias” que a competição transnacional tem gerado no tradicional espaço monetário. Ele se refere à alteração da distribuição dos recursos e do poder em todo o planeta, às tensões e inseguranças cada vez maiores, à ameaça potencial à estabilidade – mas também às oportunidades promissoras de cooperação criadas pela nova geografia do dinheiro.
Apesar da circulação cada vez mais vigorosa de moedas nacionais fora dos países de origem, persiste no mundo atual o apego ao (segundo Cohen, ultrapassado) conceito Uma Nação/Uma Moeda, derivado das convenções do Tratado de Vestfália, do século 17. No entanto, a interpenetração dos espaços monetários nacionais está consolidada, só cresce e provoca uma “dramática” remodelação das relações internacionais, tanto políticas quanto econômicas – para o bem e para o mal.
No fim dos anos 1990, quando Cohen escreveu a obra, havia na Europa um debate “furioso” sobre os prós e contras de uma nova moeda comum. No antigo bloco soviético e em muitas partes do mundo em desenvolvimento, os governos sofriam para tentar responder à disseminação de moedas estrangeiras, especialmente o dólar norte-americano, dentro de suas fronteiras territoriais. Os asiáticos ponderavam sobre os riscos e as oportunidades de um possível novo bloco na região, baseado no iene japonês. E os Estados Unidos se preocupam com as ameaças à supremacia global de sua moeda.
Cohen mostra que a preocupação com a crescente circulação de moeda estrangeira em territórios nacionais justifica-se por suas implicações na distribuição de riqueza e poder global. Na verdade, escreve, as questões suscitadas pela nova geografia do dinheiro se estendem até a própria essência do que se compreende por soberania do Estado no mundo atual: “Subjacente a todos esses desafios está uma competição crescente e impulsionada pelo mercado entre as moedas, que é cada vez mais indiferente à presença das fronteiras políticas ou até do próprio Estado-nação”.
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O segredo foi por séculos um elemento considerado fundamental para a arte de governar. Com o advento da democracia moderna, esta passa a ser idealmente caracterizada como o governo cujos atos se desenrolam publicamente, sob o controle da opinião pública. Mas, paralelamente a este poder visível, defende Norberto Bobbio neste livro, há um outro, invisível, que assume várias formas: aquela que se volta contra o Estado (como as organizações criminosas); a que se organiza para extrair benefícios ilícitos do Estado (como as formadas para a corrupção); e aquela que se constituí como instituição do próprio Estado (os serviços secretos).
Neste importante estudo sobre a realidade política brasileira, Edilene Gasparini Fernandes nos apresenta uma análise dos discursos de posse dos presidentes brasileiros, partindo desde o momento pós-Golpe Militar, em 1964, até o último pronunciamento de Lula em 2007. São, ao todo, quatorze discursos realizados ao longo de 43 anos, que agora são extensamente destrinchados pela autora, criando uma oportunidade única para se perceber as palavras e recursos usados para persuadir o público ouvinte. Ela mostra como, surpreendentemente ou não, o teor dos discursos pouco variou com o tempo ou com as mudanças dos regimes, sendo sempre recheados de palavras de esperança e movidos por uma necessidade de agraciar as camadas mais carentes da população. Ao final do livro, estão reunidos ainda, na íntegra, cada um destes textos, aos quais Edilene Fernandes se debruçou para realizar a pesquisa
Coletânea de ensaios apresentados na VI Jornada de Ciências Sociais em homenagem a Leandro Konder, promovido pela organizadora deste volume e realizado na UNESP, Campus de Marília, em 1998. Os textos são necessariamente relacionados diretamente à vida deste marxista brasileiro, mas a temas vinculados de uma forma ou de outra à sua obra. Assim, mesmo que alguns dos ensaios possam ser considerados excertos de biografia intelectual, alguns deles (o de Octávio Ianni, por exemplo) não citam Konder em nenhum contexto realmente relevante. A coleção toma assim um ar de reunião e balanço da esquerda brasileira sobre temas que lhe são caros: discussão de expoentes do marxismo contemporâneo, diagnóstico da crise atual das esquerdas etc.
Este livro busca analisar a quem dominantemente o progresso serve e quais os riscos e custos de natureza social, ambiental e de sobrevivência da espécie que ele está provocando; e que catástrofes futuras ele pode ocasionar. Principalmente, procura determinar quem escolhe sua direção e com que objetivos, mantendo uma perspectiva crítica em relação ao discurso hegemônico.
Este livro é resultado de um esforço coletivo: o de publicar reflexões sobre o tema da anistia; o de reunir pessoas para debater sobre a história política recente de nosso país, sobre as lutas travadas em favor da democracia, sobre as conquistas e derrotas dos movimentos, sobre os direitos humanos, sua violação e a impunidade que rodeia esta questão. É também resultado de um esforço que se iniciou pouco depois dos primeiros abusos da ditadura militar, com as primeiras lutas pela liberação dos presos políticos, pulverizadas em ações pontuais que mais tarde se constituiriam em uma grande campanha nacional pela anistia no Brasil.