Produzidos em diferentes momentos da carreira de John Russell-Wood os nove ensaios desta coletânea constituem uma amostra bastante representativa da obra do historiador, um dos mais proeminentes entre os de língua inglesa.
Demonstrativos do ecletismo e algumas vezes da inovação de suas temáticas de pesquisa, metodologia e perspectiva analítica global da historiografia do império português, os textos, selecionados pelo próprio autor em 2010, meses antes de sua morte,foram escritos entre 1977 e 2009. Alguns são clássicos com potencial de renovação da pesquisa acadêmica sobre certos temas da História atualmente muito investigados, como o das instituições de governo local, dos funcionários régios e das formas de mobilidade social de negros africanos e mestiços na sociedade hierárquica luso-brasílica.
A coletânea, contudo, também inclui textos inéditos em língua portuguesa, que prometem contribuir para o estudo e a investigação sobre a ciência e as técnicas náuticas, bem como sistemas portuários, além da reflexão sobre o processo de constituição de uma civilização do Atlântico português, cujas raízes também se estendiam até a Ásia.
Acessível e interessante inclusive para não especialistas, o livro coloca o leitor curioso acerca da formação do mundo de língua portuguesa diante dos movimentos humanos que se deram entre os continentes ao longo dos séculos, bem como das histórias deixadas por aquelas trajetórias.
Autor deste livro.
O ateísmo é tão antigo quanto as religiões, que durante muito tempo o moldaram e perseguiram. No entanto, se existem estudos profundos e abundantes acerca da história das religiões, impera um vazio historiográfico sobre a descrença. Esta obra, de Georges Minois, é uma contribuição seminal para o preenchimento dessa lacuna, para ele fruto, principalmente, da conotação negativa que se atribuiu ao ateísmo ao longo dos séculos. Tal conotação estampa-se já nos termos usados para designá-lo, constituídos de prefixos privativos ou negativos - a-teísmo, des-crença, a-gnosticismo, in-diferença. E ainda na intolerância da cultura ocidental em relação ao descrente - 'A palavra ateu ainda carrega um vago odor de fogueira', escreve Minois. Monumental, a pesquisa abrange desde os povos primitivos até a cultura ocidental do século 21, mostrando que a história do ateísmo não é linear - não parte de um cenário exclusivamente religioso para chegar a um trunfo absoluto da descrença. Ao contrário, demonstra Minois, ateísmo e fé convivem lado a lado na trajetória humana, contrapondo-se, como duas faces da mesma moeda. Suas feições, porém alternam-se através do percurso.
"História da leitura descreve o ato da leitura, seus praticantes e os ambientes sociais em que estão inseridos, além das diversas manifestações da leitura em pedras, ossos, cascas de árvore, muros, monumentos, tabuletas, rolos de papiro, códices, livros, telas e papel eletrônico. ... Apesar de a leitura e a escrita estarem plenamente relacionadas, a leitura é, na verdade, a antítese da escrita. Cada uma ativa regiões distintas do cérebro. A escrita é uma habilidade, a leitura, uma aptidão natural. A escrita originou-se de uma elaboração, a leitura desenvolveu-se com a compreensão mais profunda pela humanidade dos recursos latentes da palavra escrita. A história da escrita foi marcada por uma série de influências e refinamentos, ao passo que a história da leitura envolveu estágios sucessivos de amadurecimento social.
O objetivo do historiador francês Georges Minois é reencontrar as maneiras como o ser humano utilizou o riso ao longo da História. O humor, para o autor, é, portanto, um fenômeno que pode esclarecer, em parte, a evolução humana. O riso é uma das respostas fundamentais do ser humano perante o dilema da existência. Verificar como ele foi e é utilizado ao longo da História constitui o objetivo deste livro. Exaltar o riso ou condená-lo, para o autor, revela a mentalidade de uma época e sugere uma visão de mundo, podendo contribuir para esclarecer a própria evolução humana.
Este livro dirige-se tanto aos especialistas quanto ao público em geral. Àqueles que trabalham no setor, reúne informações históricas e estabelece relações de caráter mais amplo, que não são usuais nas publicações sobre o assunto. Aos leigos, oferece uma introdução precisa e acessível à cultura informática, cujos traços permeiam crescentemente todos os instantes do nosso cotidiano.
Este livro pretende ser uma leitura preliminar útil para universitários e para aqueles que desejarem ter uma visão atualizada da notável história da escrita. De central importância para o autor é o exame das origens, das formas, das funções e das mudanças cronológicas dos mais importantes sistemas de escrita do mundo. O modo como a humanidade hoje escreve e seu significado maior para a emergência da sociedade global pode ser mais bem apreciado pelo entendimento da origem da escrita, que vem a ser o tema deste livro.