Seria a escola o veículo de transformação e mobilidade social por excelência ou o sistema de ensino peculiar dos Estados Unidos cumpriria antes a missão de legitimar a 'terra de oportunidades'? Estaria a defesa apaixonada da escola como meio inconteste de ascensão social a serviço dos conservadores mais empedernidos, que enxergam tramas comunistas e ateístas em qualquer programa de ajuda aos pobres? Sem ser conclusivo a respeito de questões como estas e de várias outras contradições que aponta ao longo deste estudo, Reginaldo C. Moraes reconstrói aqui a história da escola nos Estados Unidos desde as primeiras décadas do século 19, apontando os desafios impares que o país de inclinação imperial enfrenta em decorrência dessa condição.
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Neste livro os autores partem dos vínculos entre questão agrária e projeto nacional de desenvolvimento no contexto do século XXI, enveredando pelos caminhos pelos quais a agricultura de países em desenvolvimento, em especial o Brasil, conectou-se com a economia mundial do pós-guerra. Tenta-se enquadrar o mundo "agro" aos estudos de economia política internacional, em particular os que examinam peculiaridades dos países em desenvolvimento em contextos cambiantes, como o cenário "desenvolvimentista" dos trinta anos do pós-guerra ou as restrições claramente depressivas e aprofundadoras das desigualdades com os planos de ajuste estrutural. Procura-se identificar os condicionantes postos por esse processo e suas conseqüências na ordem social, nos conflitos políticos, nas configurações produtivas.
Os textos que integram este livro demonstram que foi o Estado, e não a livre iniciativa, a mola propulsora do veloz desenvolvimento dos Estados Unidos ao longo do século 19. Naquele período, o país deixou a condição de subdesenvolvido e alcançou o status de maior economia do planeta, suplantando as economias da Inglaterra, França e Alemanha juntas. Baseados no exame de vasta literatura, os autores mostram que nos anos 1800 a intervenção estatal foi decisiva para a rápida expansão das fronteiras para o oeste. A chamada “marcha” se deu a bordo da capilaridade de extensa malha ferroviária e um sem número de universidades que, construídas com forte apoio do poder público, desencadearam a urbanização. No século 20, o governo impulsionaria a estratégica área de inovação. A União bancava boa parte dos custos dos projetos de desenvolvimento por meio da doação de propriedades no começo do século 19, pois era dona de nada menos do que 80% das terras do país, fatia que superava os cinco milhões de quilômetros quadrados, área equivalente a mais de “meio Brasil”. Apenas para as ferrovias, o governo federal doou, diretamente, cerca de 530 mil quilômetros quadrados, o que equivale aos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina juntos. Para a educação destinou mais de 400 mil quilômetros quadrados. À generosidade das políticas do governo de Washington para diversos setores somaram-se estímulos de políticas intervencionistas dos estados federados e governos locais, em especial na regulação de atividades econômicas como manufaturas, bancos e comércio, e na edificação dos internal improvements, sem os quais a indústria e o gigantesco mercado interno dos Estados Unidos não teriam se viabilizado em tal velocidade. As próprias associações civis floresceram à sombra do Estado, que por meio de suas agências sempre se empenhou na criação, proliferação e manutenção desses grupos organizados. “Contudo [...], até mesmo analistas sofisticados insistem em minimizar essa intervenção do comando estatal no desenho do modelo socioeconômico, em particular quando o discurso se dirige a países em desenvolvimento, como uma ‘lição da história’”, escrevem os autores.
O tema deste livro é particularmente instigante para todos os que trabalham com a formação humana: educar é apostar. Educar é trabalhar com valores e, portanto, nunca será possível obter certezas por meio da verificação experimental, já que finalidades e valores não são passíveis de testes científicos. A partir disto, Hannoun cobra do educador uma lucidez prudente, uma dada dimensão de utopia: aquela que, impregnada de um sensato entusiasmo, é capaz de produzir as mais profundas transformações.
Atualmente, há cerca de vinte milhões de analfabetos no Brasil, resultantes de um processo histórico longo, com lutas políticas e ideológicas mal resolvidas. Ao cidadão talvez pareça natural a idéia de que o Estado tem o dever de propiciar a todos os indivíduos, por meio da educação, o acesso à leitura e à escrita, como uma das principais formas de inclusão social, cultural e política e de construção da democracia. Nesta obra, a autora aborda conceitos como alfabetização e analfabeto, até sua gradativa substituição por expressões e noções como letramento e iletrado. Analisa a trajetória percorrida e o esgotamento de determinadas possibilidades teóricas e práticas no campo educacional evocando meios para sua superação, bem como para o resgate da dívida histórica com os excluídos da participação social, cultural e política no Brasil.
Este, que é o décimo e último livro da Coleção Maurício Tragtenberg, da Editora Unesp, publicada ao longo de quase nove anos, reúne textos concebidos como material para palestras, além de resenhas e artigos do pensador veiculados em periódicos de organizações e na imprensa. O ponto de convergência de boa parte dos textos está na discussão da dicotomia entre educação e burocracia, gerenciamento do Estado e autonomia. Direta ou indiretamente, os escritos examinam a questão da auto-organização dos trabalhadores.