MOBILIDADE, PARENTESCO E XAMANISMO MBYA (GUARANI)
Neste trabalho, a autora procura abordar aspectos da dinâmica dos Guarani-Mbya, como xamanismo, mobilidade, relações de parentes e cosmologia. Inicialmente, compõe um mapa geral das duas aldeias mbya em que viveu, com o objetivo de tornar possível ao leitor visualizar os contextos locais em suas particularidades. Depois, aprofunda-se, dedicando-se à etnografia dos deslocamentos, do parentesco, de aspectos estruturais da multilocalidade mbya. Trata também da questão da não-durabilidade da vida humana, ligada ao tema da doença, analisa capacidades existenciais enviadas aos humanos pelos deuses, com atenção à noção de alma e dos nomes pessoais, finalizando com o tema da vida breve no comentário do tratamento, pela cosmologia mbya, da morte, da imortalidade e do destino incorruptível da pessoa na "Terra sem mal".
Autor deste livro.
Falar de forma franca sobre o sexo feminino e seus mecanismos. Isso bastou para que O sexo da mulher se transformasse em um daqueles livros que arrastam polêmicas atrás de si. O ano era 1967, e suas abundantes referências médicas e antifreudianas fizeram sucesso. Vinte anos depois, uma terceira edição revisada chegou às livrarias francesas, com o mesmo espírito crítico e simplicidade. É esta edição que aparece agora em português.
Eagleton toma como base sua insatisfação quanto ao significado antropológico amplo e com o sentido estético rígido da "cultura", e busca algo que a diferencie de outros conceitos fundamentais da Sociologia, por considerar em jogo o uso do conteúdo da alta cultura. Busca as transformações históricas pelas quais o termo passou e seus usos contemporâneos. Ao mergulhar na crise moderna da idéia de cultura, aborda os choques culturais, a dialética da natureza e da cultura, dialogando com Marx, Nietzsche e Freud, e aprofunda a visão com relação à homogeneização da cultura de massas, a função da cultura na estruturação do Estado-Nação e a construção de identidades e sistemas doutrinários.
O autor apresenta um estudo etnográfico de povos de Iaueretê (Tariano e Tukano), no Alto Rio Negro, detendo-se nas transformações sociais que vêm sofrendo em função do contato com o homem branco. O trabalho inicia-se com um levantamento histórico da ocupação da região, passa por temas como demarcação de terras e, finalmente, apresenta uma análise detida sobre os dois povos, evidenciando seus mitos e a relação com os brancos.
Este livro é uma investigação antropológica sobre a relação dos Xikrin com os bens industrializados e mercadorias, que procura assumir um ponto de vista no qual a perspectiva dos índios ocupa a posição de figura e não de fundo. Ele tem a pretensão de mostrar que o desejo dos Xikrin pelos objetos que lhes são estrangeiros não é espúrio, inautêntico e exótico; ao contrário, é a expressão de um propósito e de uma história absolutamente (e, portanto, relativamente) indígenas. Seu objetivo é fazer uma descrição etnográfica dos "estranhos pedidos", ou seja, daquilo que vim a designar pela expressão 'consumismo xikrin' (sua grande demanda por dinheiro e bens), partindo do pressuposto de que tais pedidos não devem ser estranhos da perspectiva xikrin. O que é esse ponto de vista, que efeitos realiza na relação dos Xikrin entre si e com o nosso mundo - são as questões que propõe responder.
Compreender a complexidade cultural dos povos e culturas indígenas que habitam a Amazônia é um desafio. Esta obra, boa parte baseada em pesquisa de campo, enfoca o conflito fundiário envolvendo os Macuxi, em Roraima, no período que vai da década de 1970 à de 1990. Permite, assim, uma discussão aprofundada sobre a ação das organizações indígenas para defender seus interesses e para formular projetos étnicos.