Após o ocaso do marxismo ocidental, a filosofia da história foi aos poucos relegada a segundo plano. Essa é uma visão não compartilhada por Blackburn, que aqui procura recolocá-la na ordem do dia. Sua estratégia passa pela naturalização da história, pois, longe de considerar a natureza como simples pano de fundo para os atores humanos, Blackburn a reposiciona como força ativa que cria e consome a espécie humana. A natureza aparece, então, como a própria razão, graças à qual os homens se renovam e se destroem uns aos outros.
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Os ensaios reunidos neste volume tratam da diversidade e da mudança na cultura. Eles tentam mostrar que, enquanto a diversidade é benéfica, a uniformidade diminui nossas alegrias e nossos recursos (intelectuais, emocionais e materiais). Existem tradições poderosas contrárias a esse ponto de vista. Essas tradições podem até admitir a possibilidade de as pessoas organizarem suas vidas de várias maneiras; acrescentam, porém, que a variedade precisa ter limites. Esses limites, dizem elas, são constituídos pelas leis morais, que regulam as ações humanas, e pelas leis físicas, que definem nossa posição na natureza. Filósofos, desde Platão até Sartre, e cientistas, de Pitágoras a Monod, afirmaram possuir essas leis e reclamaram da variedade (de valores, de crenças e de teorias) que ainda permanecia.
Ao apontar para o desespero como o pior dos males a atingir o homem, Kierkegaard edifica um estudo profundo, impiedoso, cruel até, das várias formas da luta do homem consigo próprio para a conquista da fé, que, ao final, se trata da conquista do próprio eu. "Ousarmos ser nós próprios, ousar-se ser um indivíduo, não um qualquer, mas este que somos" é o caminho proposto para busca dos "como" e dos "porquês" da existência humana. O que ele exige é que não se procure a fé e a verdade pelo abandono do humano, mas a conquista pelo mergulho do eu em sua própria transparência até ao poder que o criou.
Partidário da igualdade política, defensor da soberania como base necessária à constituição de um sistema representativo, Saint-Just escreveu sobre esses temas no calor dos acontecimentos revolucionários. Um dos principais textos políticos do mundo moderno, O espírito da revolução procura dar corpo aos ideais democráticos e republicanos. Sua influência foi decisiva para a formação do socialismo contemporâneo.
O ponto de partida da teoria da recursão consiste em analisar de maneira conceitual, em termos matematicamente precisos, as noções intuitivas de algoritmo e função algorítmica. Norteia a investigação lógica de nosso tempo e foi alvo de estudos de lógicos e matemáticos como Gödel, Turing, Kleene e Rosser, entre outros do mesmo calibre. Este livro, que preenche uma lacuna na literatura especializada em língua portuguesa e que, segundo Newton da Costa, tende a “se tornar um clássico entre nós”, oferece uma visão clara do que se faz atualmente em um terreno dos mais interessantes e significativos deste campo.
Este livro é uma defesa a um só tempo lúcida e apaixonada da razão. Nele, como o próprio título diz, um dos mais influentes filósofos norte-americanos da atualidade se questiona sobre o modo como as tentativas de compreender e de justificar chegam a um termo. Aos que defendem a perspectiva subjetivista, segundo a qual a primeira pessoa, do singular ou do plural, se esconde no interior de tudo aquilo que dizemos ou pensamos, Thomas Nagel contrapõe o ponto de vista racionalista, de acordo com o qual a razão pode servir de instância de apelação não só contra as opiniões transmitidas e os hábitos da comunidade, mas também contra as peculiaridades de nossa perspectiva pessoal. Indo de encontro às diversas formas contemporâneas de subjetivismo e de relativismo, o autor sustenta que a idéia de razão remete a métodos de justificação não localizados e não relativos - métodos que distinguem entre universidade legítima e inferências ilegítimas, e que almejam atingir a verdade em sentido não relativo.