A teorização da prática de tradução tem se defrontado historicamente com uma dicotomia. Ela passa pela distinção entre um procedimento de tradução que adota um dispositivo do tipo "palavra por palavra", no qual a fidelidade e a literalidade são os elementos-chave, e outro que admite um dispositivo do tipo "sentido por sentido", no qual criatividade e liberdade coordenam o processo. Essa dicotomia aparece hoje nas discussões entre os adeptos da equivalência formal e os defensores da equivalência dinâmica. Cristina Rodrigues utiliza o ideário da desconstrução para demonstrar como essas duas perspectivas são mais próximas do que aparentam. A compreensão das estratégias de transformação do texto aparece como o caminho para reconsiderar os problemas da tradução.
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Este livro procura compreender as contribuições da tradução para a difusão de informações na Europa moderna, uma vez que todos os grandes intercâmbios culturais na História envolveram tradução: fosse a versão dos textos budistas do sânscrito e do páli para o chinês durante o período medieval antigo; fosse a transmissão da Filosofia grega para o árabe nos séculos medievais antigos e a subseqüente tradução dos mesmos textos do árabe para o latim ao longo de toda a Idade Média; ou fossem as traduções mais recentes de textos ocidentais para o japonês e o chinês, que marcaram a modernização dessas duas civilizações do Leste Asiático no final do século XIX e início do século XX.
Estudo de características da prosa de ficção dos romantismos alemão e brasileiro, considerando as peculiaridades de cada movimento e as circunstâncias histórico-literárias em que surgiram. Abrangente e documentado com seriedade, o livro trata de questões relativas ao tema, como transcendência, subjetividade etc. de modo bastante claro e preciso, sendo de leitura agradável e de fácil compreensão mesmo para um público não especializado.
Neste livro são estudadas, em suas múltiplas implicações, o romance de Jorge Amado (1912-2001), produzido na década de 1930, e o romance neo-realista português, publicado no início da década de 1940. O objeto de trabaho são as obras que se destacam pela ênfase política e pela existência de traços literários convergentes que apontam para a revalorização do realismo e o aprofundamento da temática social. A tese norteadora pretende demonstrar que o projeto estético-ideológico de Jorge Amado foi incorporado pelos neo-realistas na primeira fase do movimento, contribuindo para o surgimento de um novo romance social em Portugal, em que os elementos da composição literária apresentam afinidades estéticas e ideológicas com a narrativa empenhada do autor baiano.
Em um momento histórico no qual o analfabetismo apresenta-se como intolerável, a questão metodológica da alfabetização aparece como central. Tendo em vista tal realidade, José Morais analisa vários aspectos da chamada arte de ler. Partindo das estruturas mentais envolvidas na leitura, da relação entre linguagem falada e linguagem escrita, Morais centra-se nos mecanismos de aprendizagem e nos distúrbios que podem ocorrer nesse processo. Mediante essa estratégia, ele pode desenvolver o estudo dos diferentes métodos, a fim de apresentar as possibilidades terapêuticas que se oferecem hoje aos que não dominam as práticas de leitura.
A obra faz uma análise do processo de construção do humor nas obras infantis de Monteiro Lobato, o qual, dessa maneira, reinventa a linguagem literária, projetando com esse recurso as contradições da experiência humana na literatura. O estudo é feito considerando aspextos como: narrador, linguagem, exploração dos recursos semânticos, nonsense, paródia, comparações inusitadas, ironia, cômico da situação, inversão/subversão, grotesco e personangens.