Ganhadora de dois prêmios, o Hubert Herring, do Conselho de Estudos Latino-Americanos na Costa do Pacífico (EUA), e o da Fundação Paul Monette para o melhor trabalho na área dos estudos gays e lésbicos, esta obra traça a evolução do comportamento e da cultura dos homossexuais masculinos no Rio de Janeiro e em São Paulo ao longo do século passado. Ao mesmo tempo, lança nova luz sobre a visão que a sociedade como um todo tinha dos homossexuais. Os homens que se fantasiavam de mulher e os bailes gays no carnaval alimentaram uma falsa imagem de tolerância para com o homossexual. James N. Green, professor de História da América Latina da California State University, reúne uma vasta documentação que demonstra o preconceito de todo dia existente sob o véu enganoso da permissividade carnavalesca.
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Obra inédita, estudo precursor sobre o mundo homossexual em São Paulo, apresentado em 1960, na forma de monografia, de autoria do sociólogo Barbosa da Silva, orientada por Florestan Fernandes, e apresentada a uma banca composta pelo orientador, por Otavio Ianni e Fernando Henrique Cardoso. Traça o perfil da comunidade homossexual na cidade de São Paulo, incluindo hábitos, concentração no espaço urbano, perspectivas e frustrações, além de vocabulário característico. Reúnem-se ensaios que discutem e atualizam a monografia e relatos dos percalços em localizar e resgatar seus originais. Ao analisar o meio acadêmico da época e mostrando como o conhecimento sobre o ambiente intelectual e social em que viveu o autor ajuda a entender como se deu a incorporação da homossexualidade pelo olhar sociológico no Brasil, completam este livro dois artigos, considerados clássicos. O primeiro, com o mapeamento das territorialidades marginais de São Paulo; o segundo, um estudo da importância da criação de novas identidades e formas de organização da comunidade homossexual.
Este estudo revela a importância de pregadores imperiais como gênese de uma intelectualidade brasileira, no início do século XIX. É salientado o trabalho dos freis Francisco de São Carlos, Sampaio, Sousa Caldas e Januário da Cunha Barboza, e, sobretudo, Francisco do Monte Alverne, figura ímpar na construção de uma retórica nacional. Este trabalho demonstra o papel fundamental da oratória sagrada no Brasil oitocentista, num tempo em que o analfabetismo era imenso, e a palavra falada, o principal mote às discussões locais. A Corte havia chegado recentemente, o sistema administrativo estava ainda em formação, e as igrejas constituíam os poucos espaços que reuniam a população. Entre estas, teve particular importância a Capela Real onde, aos domingos, e ram pregados os sermões - a que não é alheio o papel de D. João VI pelo apreço que tinha pela oratória religiosa. A sermonística, ou seja, a arte de redigir e pregar sermões, é o objeto deste livro onde se verifica a sua importância como elemento preponderante na prática articuladora de ideias e, mais especificamente, de um tema - a pátria. Desse modo, a par de um fervor religioso, forma-se também um sentido de identidade nacional, que vem a originar a construção de um discurso brasileiro.
Este estudo traça o retrato do movimento operário de Santos, na virada do século, quando se transformou em importante porto e cidade multirracial e multicultural. Trata-se de uma importante contribuição para o melhor conhecimento da história social e política do período.
Corsi retorna à época do Estado Novo a fim de compreender a relação entre as diretrizes da política externa e a implementação de um projeto nacional. As vantagens políticas e econômicas alcançadas por Getúlio Vargas, na esfera das relações internacionais, aparecem como peça fundamental na costura da unidade nacional e da viabilização do processo de industrialização. Inserção mundial e consolidação nacional são assim avaliadas com base em uma óptica renovada.
Esta obra apresenta, na íntegra, o relato clássico de João Cabanas (1895-1974) da sangrenta Revolução de 1924, que tomou de assalto a cidade de São Paulo entre 5 e 28 de julho, deixando um rastro de destruição e morte. Durante aqueles dias cerca de 400 mil pessoas deixaram a capital, então com 700 mil habitantes, para sair da mira de granadas, tiros de artilharia pesada e até bombardeios aéreos que acabaram por arruinar vários bairros, ferir mais de 500 pessoas e matar outras 5 mil.