Organizada por um dos maiores especialistas no tema "Orçamento Participativo" no Brasil, esta obra combina pesquisa original, pesquisadores reconhecidos com orientações teóricas diversificadas e amplo e complexo leque de questões. Examina o universo da participação na cidade de São Paulo, abordando: o associativismo paulistano, popular e religioso; os vínculos institucionais das organizações com partidos e governos; a questão cultural, analisando as relações entre a cultura política e as experiências associativas; as novas tendências democráticas da vida brasileira; os limites e possibilidades que as diferentes instâncias demonstram nas suas experiências concretas na cidade, em relação aos Conselhos Gestores de Saúde e ao Orçamento Participativo. Aborda, também, os instrumentos jurídicos de criação e regulamentação dos conselhos municipais e as mudanças nas concepções de planejamento urbano, que se abrem ao princípio da participação da sociedade.
Autor deste livro.
O autor, um dos fundadores do Partido do Trabalho da atual Rússia, descreve as mudanças que vêm ocorrendo naquele país, depois do advento da perestroika e da glasnost. Fornecendo informações e análises objetivas sobre essa situação, mostra como a velha nomenklatura se transforma na nova burguesia russa.
Um dos grandes pensadores europeus de sua época se apresenta, neste livro, em uma atividade que poucos dos seus pares aceitariam. Em fase avançada da carreira, amplamente reconhecido, Adorno não hesita em ministrar curso introdutório à Sociologia para um público numeroso e sem preparo prévio. Logo em seguida, a expressão "fase avançada" serviria também para caracterizar sua vida, embora ninguém pudesse prevê-lo naquele momento de 1968, quando tinha 65 anos de idade. Morreria no ano seguinte, de enfarte, acossado por todos os lados - não só pela direita conservadora, como era de hábito - e após amargos embates com os militantes dos movimentos estudantis, que resultaram no cancelamento do curso de Sociologia preparado para 1969. Em uma das últimas aulas do curso de 1968 ele presta emocionada homenagem a colega recém-falecido, na qual enfatiza a tristeza, o desalento e as dúvidas do amigo sobre o acerto do retorno à Alemanha após a emigração, para comentar que ele próprio havia compartilhado esses sentimentos. Impossível não enxergar nessas palavras algo de premonitório.
Maurício Tragtenberg nos legou uma vasta obra que trata de temas históricos, sociológicos, políticos, educacionais, entre outros. Seus textos expressam um compromisso militante e uma perspectiva política crítica à sociedade capitalista e às concepções autoritárias sobre o socialismo. Escritos em linguagem simples, são textos de denúncia que estabelecem o diálogo com os operários e os excluídos do sistema de ensino formal, em especial a universidade.
Baseado em uma série de entrevistas concedidas à New Left Review, este livro perpassa e faz uma profunda reflexão sobre a vida e a obra extremamente abrangente e original do maior ícone da esquerda britânica, Raymond Williams (1921-1988). Ao recorrer a um formato de entrevista diferente do usual em jornalismo, em que os entrevistadores também argumentam, Perry Anderson, Anthony Barnett e Francis Mulhern, produzem nestas páginas um requintado debate sobre a atividade intelectual. Editado emcinco partes – biografia, cultura, drama, literatura epolítica – o livro apreende, entrelaçando-as,a trajetória pessoal e intelectual de Williams, filho de um sinaleiro do Partido Trabalhista, nascido em uma pequena comunidade rural do País de Gales.
Peter Burke em A arte da conversação oferece uma importante contribuição aos estudos de história social da linguagem, um domínio relativamente novo que vem provocando um vivo debate interdisciplinar. Toma como ponto de partida os trabalhos dos sociolingüistas e procura entender as transformações da língua à luz do estudo da sociedade, tratando a língua como uma parte inseparável da História Social.