Baseado em uma série de entrevistas concedidas à New Left Review, este livro perpassa e faz uma profunda reflexão sobre a vida e a obra extremamente abrangente e original do maior ícone da esquerda britânica, Raymond Williams (1921-1988). Ao recorrer a um formato de entrevista diferente do usual em jornalismo, em que os entrevistadores também argumentam, Perry Anderson, Anthony Barnett e Francis Mulhern, produzem nestas páginas um requintado debate sobre a atividade intelectual. Editado emcinco partes – biografia, cultura, drama, literatura epolítica – o livro apreende, entrelaçando-as,a trajetória pessoal e intelectual de Williams, filho de um sinaleiro do Partido Trabalhista, nascido em uma pequena comunidade rural do País de Gales.
As respostas deWilliams surpreendem não pela sofisticação de seu pensamento – o que é conhecido –, ou por seu comprometimento com a transformação social, algo inequívoco, mas por sua sinceridade e sua modéstia ao refletir sobre críticas ao seu trabalho. Ele não hesita em apontar limitações de algumas de suas obras, admite mudanças de posicionamentos e reconhece os fatores casuais que alteraram o rumo de sua vida. Ele defende, no entanto, e enfaticamente, seus pontos de vista sobrea cultura e rejeita interpretações esquemáticas e simplistas da realidade,ainda que marxistas.
As entrevistas foram feitas, em 1977 e 1978 (em Cambridge), quando não havia precedentes, nem na Inglaterra nem nos Estados Unidos, segundo a NLR, para produção de Williams, cujo escopo inclui intervenções políticas, teoria cultural, história das ideias, sociologia, crítica literária, análise do drama, investigação semântica, romances, peças de teatro e roteiros para documentários.
Autor de 5 livros disponíveis em nosso catálogo.
As palestras e ensaios reproduzidos nesta coletânea representam quase duas décadas de reflexões de Raymond Williams sobre a produção literária.
Um dos principais expoentes da linha dos Estudos Culturais, Raymond Williams, teve a ideia para a realização desta compilação de artigos um pouco antes de sua morte, em 1988. Mesmo sem ter sido devidamente concluído, Política do modernismo foi postumamente publicado, reunindo onze textos escritos ao longo da década de 1980, além de trazer a reprodução de um diálogo com seu colega Edward Saïd
Cultura e materialismo se configura como uma exemplar introdução ao pensamento de Raymond Williams, notável pensador britânico e um dos fundadores da corrente dos Estudos Culturais. O livro reúne catorze textos que abarcam pouco mais de 20 anos de sua produção, entre 1958 e 1980, apresentando análises e críticas inéditas em português.
Esta coletânea cobre o período mais intenso da produção de Raymond Williams, ao reunir palestras e textos veiculados entre as décadas de 1950 e 1980, que refletem as preocupações fundamentais do intelectual britânico, desde o início marcadas pelo vínculo entre cultura e política.
Vida e esperanças é um relato sobre a importância do reconhecimento na construção do cotidiano. Aborda a negação da fecundidade implicada na realização de esterilizações por mulheres de um bairro pobre urbano do Nordeste, compreendendo este evento como parte de uma busca ativa de reconhecimento de mulheres pobres enquanto pessoas num mundo repleto de controles, de violência, de emoções e de resistência. Acompanhando uma qualidade narrativa que desarma pela sua aparente simplicidade e evidente clareza, o leitor é transportado para a rede de amizades da autora onde convive com os tormentos da ambigüidade que não somente assolam as moradoras da periferia nas suas decisões sobre saúde reprodutiva e todo que isso representa para elas, mas também que assolam à própria pesquisadora social em busca de interpretações fidedignas ao que observara.