A preocupação central da autora é compreender o significado atribuído à anarquia por aquelas correntes libertárias que vincularam a revolta industrial e de massa contra a sociedade autoritária e classista a um projeto coletivo e global de transformação. Mais especificamente, ela busca elementos teóricos para pensar a relação entre reforma econômico-social e fim das leis e dos governos, tal como esta é concebida nas doutrinas dos primeiros pensadores ácratas do século XIX, responsáveis por vincular o ideal anarquista ao socialismo moderno. Nesse sentido, procura verificar: 1) de que forma, no plano teórico, o modelo anárquico articula as exigências da liberdade pessoal e política com as da igualdade econômica, fundando a convivência cooperativa dos homens exclusivamente sobre sua razão e querer; 2) como, na passagem da "teoria à prática", os propositores da acrácia identificam a gênese deste modelo nos movimentos anticapitalistas da modernidade.
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Esta coletânea de ensaios foi organizada em comemoração ao centenário da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, de autoria de Olympe de Gouges, de 1791. Este documento excepcional, reproduzido aqui na íntegra, contrapõe ao universalismo abstrato da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 26 de agosto de 1779, a injustiça das condições concretas da mulher no terreno da cidadania.
Livro que apresenta uma reunião de textos que adicionam novos temas a questões tradicionalmente abordadas, ao longo de mais de quatro décadas, por Roberto Cardoso de Oliveira. Aqui é tratada temática da identidade étnica, a sua relação com os fenômenos culturais e com o mundo moral: a recuperação da dimensão do Ego associada ao problema da liberdade frente às possibilidades de manipulação da identidade étnica; as vicissitudes da identidade étnica e/ou nacional nas mais variadas situações observáveis no interior das sociedades anfitriãs de grande escala; e, finalmente, a transposição de uma experiência de pesquisa até então centrada nas relações entre índios e não índios passa, agora, para um estudo voltado à gênese de ideologias étnicas numa nação milenar.
Neste novo volume da coleção de Maurício Tragtenberg, encontramos mais uma amostra da militância crítica deste pensador brasileiro. Sempre com um olhar aguçado para as mazelas do país, em Autonomia operária ele se volta exclusivamente para a causa dos trabalhadores. Estão reunidos aqui artigos seus publicados em jornais a partir da década de 1970 – entre os quais se incluem Notícias Populares, Folha de S. Paulo e O São Paulo –, todos eles em defesa da classe trabalhadora.
Peter Burke em A arte da conversação oferece uma importante contribuição aos estudos de história social da linguagem, um domínio relativamente novo que vem provocando um vivo debate interdisciplinar. Toma como ponto de partida os trabalhos dos sociolingüistas e procura entender as transformações da língua à luz do estudo da sociedade, tratando a língua como uma parte inseparável da História Social.
O cortesão, de Baldassare Castiglione (1528), é referência central na cultura européia renascentista. Trata-se de guia em forma de diálogo para a conduta na corte. Dada a sua importância para a compreensão do espírito da época em que foi elaborado, O cortesão tem merecido análises cuidadosas nos últimos anos. O estudo de Burke, no entanto, enfoca o impacto da obra de Castiglione na Europa, em particular sobre leitores dos séculos XVI e XVII.