Neste livro fundamental, a autora demonstra que a abolição dos escravos no Brasil representou apenas uma etapa na liquidação da estrutura colonial, mas golpeou duramente a velha classe senhorial e coroou um processo de transformações que se estendeu por toda a primeira metade do século 19. Tal processo prenunciava a transição da sociedade senhorial para a empresarial, do trabalho escravo para o assalariado, da monarquia para a República.
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Por que o regime escravocrata foi repudiado no Brasil com tanta veemência em 1888, depois de ter sido aceito sem objeções durante séculos? Por que o projeto que decretou seu fim foi encaminhado com tanta urgência? Como explicar a aprovação da lei Áurea ao largo de debates mais acalorados por um parlamento em grande parte eleito por senhores de escravos? Por que estes não se armaram para tentar impedir o ataque à sua propriedade, garantida na Constituição? Que papel os negros e os escravos desempenharam no processo?
Reunidos em livro pela primeira vez, estes ensaios expressam o leque temático sobre o qual Emília Viotti da Costa vem se debruçando nas últimas décadas. Escritos em diferentes períodos, os textos são, contudo, sempre marcados pelo brilho, contundência e objetividade característicos da autora.
Procurando elucidar aspectos do processo de formação do conceito de nacionalidade na história brasileira, a historiadora analisa o período de passagem do trabalho escravo ao trabalho livre. Isso permite apreender a especificidade do período colonial e de seus conflitos sociais. A expansão cafeeira aparece como elemento duplo de redeterminação e conservação dos antagonismos, fonte de perpetuação de um conflito que esta obra procura abranger.
O livro trata da história da mulher no período colonial e, para tanto, a autora baseou-se em documentos e fontes impressas entre os séculos XVI e XVIII, constatando que as mulheres que fazem parte dessa sociedade barulhenta surgem na documentação sem qualquer neutralidade, exibindo plenamente as marcas de sua diferença sexual. As imagens encontradas estão recorrentemente associadas à dominação e à opressão sobre a mulher, sendo vítima constante da dor, do sofrimento, da solidão, da humilhação e da exploração física, emocional e sexual; ainda assim, foi possível encontrar a natureza de discretos poderes que reagiam e resistiam a essas situações pintadas nas imagens, poderes assegurados à mulher através de sua emancipação biológica, tanto quanto de sua emancipação à dominação masculina.
Emília Viotti da Costa, professora e historiadora, analisa os diversos momentos que definiram a modalidade de instauração do Brasil republicano. Ao esclarecer as coordenadas dessa passagem, a autora desvela as causas da fraqueza das instituições democráticas e da ideologia liberal, numa tentativa de compreender as raízes do processo de marginalização de amplos setores da população brasileira.