Reunidos em livro pela primeira vez, estes ensaios expressam o leque temático sobre o qual Emília Viotti da Costa vem se debruçando nas últimas décadas. Escritos em diferentes períodos, os textos são, contudo, sempre marcados pelo brilho, contundência e objetividade característicos da autora.
Em “A dialética invertida: 1960-1990”, ensaio dos mais influentes, de caráter metodológico/ideológico, ela trata da metodologia historiográfica, mesmo assunto de “O historiador e a sociedade”. Os outros sete textos que se intercalam no livro abordamo tráfico de escravos e o flagelo da escravidão, falam das penas de degredo para a colônia, das classes trabalhadoras latino-americanas e da influência francesa na São Paulo do século 19.
A própria autora coligiu e revisou os ensaios, muitos dos quais foram publicados em revistas que há tempos saíram de circulação, e optou por manter, majoritariamente, as configurações originais. O leitor, assim, poderá ter contato não apenas com os fronts temáticos que ela percorreu, mas também com a evolução de seu estilo e com nuances de seu pensamento.
Autor de 3 livros disponíveis em nosso catálogo.
Por que o regime escravocrata foi repudiado no Brasil com tanta veemência em 1888, depois de ter sido aceito sem objeções durante séculos? Por que o projeto que decretou seu fim foi encaminhado com tanta urgência? Como explicar a aprovação da lei Áurea ao largo de debates mais acalorados por um parlamento em grande parte eleito por senhores de escravos? Por que estes não se armaram para tentar impedir o ataque à sua propriedade, garantida na Constituição? Que papel os negros e os escravos desempenharam no processo?
Neste livro fundamental, a autora demonstra que a abolição dos escravos no Brasil representou apenas uma etapa na liquidação da estrutura colonial, mas golpeou duramente a velha classe senhorial e coroou um processo de transformações que se estendeu por toda a primeira metade do século 19. Tal processo prenunciava a transição da sociedade senhorial para a empresarial, do trabalho escravo para o assalariado, da monarquia para a República.
Na história da resistência escrava nas Américas, o Brasil tem o maior número de povoamentos de escravos fugitivos, conhecidos como quilombos ou mocambos. Nenhuma outra área escravista teve tantos. Este livro, além da participação dos africanos, esclarece os contatos e o papel dos indígenas e dos quilombolas, tanto nas relações de aliança e assistência mútua como nas de guerra. Original, informativa, atualizada, escrita num estilo fluente e envolvente, com o espírito informado e crítico, esta obra consolida o autor como principal especialista em quilombos no Brasil. Baseia-se em pesquisas que cobrem diversas regiões brasileiras e suas fronteiras - Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Bahia, e sobretudo Grão-Pará e Maranhão. Flávio Gomes Interpreta os documentos à luz de um conhecimento atualizado em vasta bibliografia nacional e estrangeira, cuja leitura ajuda a comparar os quilombos brasileiros entre si e com aqueles de outras regiões da Afro-América, proporcionando uma perspectiva mais hemisférica, menos provinciana do tema.
Estes artigos têm na personalidade marcante do Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva um eixo em torno do qual circula muito da história recente da pesquisa científica no Brasil. O início da política nuclear brasileira e a fundação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), ambos do final da década de 1940 e primeira metade da década seguinte, têm no Almirante Motta e Silva referência obrigatória.
Tido como o responsável pela consolidação do território brasileiro, o Barão do Rio Branco conquistou em vida a aura de herói nacional. Sua morte, em 1912, levou o governo a declarar luto oficial e a adiar o Carnaval de fevereiro para abril. Esse episódio ímpar, que mistura política externa e festa popular, é o ponto de partida de Luís Cláudio Villafañe G. Santos que, nesta inteligente obra, discorre sobre as complexas relações entre Estado, território e poder político no Brasil.