O jovem professor de teologia Albert Schweitzer interrompeu sua carreira acadêmica no ano de 1905, aos 30 anos, estudou medicina e embarcou em 1913 para a África com o intuito de construir um posto médico a serviço da Sociedade da Missão francesa na selva equatorial. Em 1920 publicou seu famoso relato, Entre a Água e a Selva. Albert Schweitzer descreve suas experiências fascinantes na África aparentemente intocada, a construção de um hospital às margens do rio Ogouué e seu crescente respeito pelos povos aborígenes. A ajuda médica foi para ele uma forma de expiação - entre outros pelas muitas dores que os europeus impingiram aos africanos. Entre a Água e a Selva, um best-seller em sua época, ainda hoje é um dos livros mais vendidos de Albert Schweitzer.
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Concluída entre 1914 e 1917, portanto em meio à Primeira Guerra Mundial, esta obra faz uma crítica à filosofia ocidental por seu fracasso em construir, como se propõe, uma visão duradoura de mundo capaz de fundar uma civilização baseada no otimismo perante a vida e na ética. E sugere um novo caminho, que, porém, não rejeita o antigo Racionalismo, mas procura retomá-lo do século 18, dando-lhe nova conformação: a do Racionalismo incondicional. Esse novo pensamento racionalista proposto por Albert Schweitzer (1875-1965) deixa de lado a obsessão por conhecer o sentido do mundo – que admite como meta intangível – e centra-se no sentimento de “querer viver”.
O volume intitulado Entre Cabral e Drummond inclui os ensaios “Drummond e Cabral: pedras no caminho” e “Como ler a poesia de Carlos Drummond de Andrade. No primeiro texto, Sant’Anna estuda de forma original a complexa relação edipiana entre Cabral e Drummond. Analisa o conceito de “família literária”de Cabral, a questão da “epifania” em Drummond e Bandeira, e mostra como a leitura que Cabral fez de Miró foi equivocada, constituindo-se em uma projeção da poesia que ele, Cabral, faria futuramente.
Nesta obra, em que analisa como Antonio Candido teorizou o problema da representação da realidade na literatura, Anita Martins Rodrigues de Moraes levanta uma questão fulcral: como abordar as contribuições do intelectual nos estudos literários tendo em conta a presença, em sua obra, de premissas evolucionistas criticadas, ou mesmo superadas, no âmbito das ciências sociais?
O livro Experiência crítica reflete a experiência do autor como crítico da revista Veja durante cerca de dois anos, no começo dos anos 1970. Na revista, ele tentou harmonizar a linguagem universitária e a resenha de jornal. A introdução ao livro é um interessante e histórico depoimento. Suas críticas também formam um painel de uma nova geração de ficcionistas (Roberto Drummond, Sérgio Sant’Anna, Antônio Torres), poetas (João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Haroldo de Campos) e ensaistas que surgiam dentro e fora da universidade naquela década.
Escrever cartas revela o desejo de registrar acontecimentos, racional e afetivamente, para não esquecê-los, para estabelecer uma memória de si e dos outros. Nesse sentido, Simón Bolívar lidou com sua correspondência de forma dedicada e delicada porque esteve entre seus objetivos oferecer à posteridade um personagem: o homem público irretocável, desprovido de vida privada. Neste livro, Fabiana de Souza Fredrigo empreende a releitura desse epistolário e propõe múltiplos sentidos narrativos constitutivos do que denomina "memória da indispensabilidade". No interior dessa memória, Fredrigo constata a presença do ressentimento e da solidão de Bolívar, transformados em elementos retóricos que, por sua vez, permitiram à autora demonstrar os limites em compreender a conformação de uma nova cena histórica e o apego ao ideal da liberdade desse ator histórico que venezuelanos e colombianos alcunham el Libertador.