POLÍTICA EXTERNA E A CONSTRUÇÃO DO BRASIL
Tido como o responsável pela consolidação do território brasileiro, o Barão do Rio Branco conquistou em vida a aura de herói nacional. Sua morte, em 1912, levou o governo a declarar luto oficial e a adiar o Carnaval de fevereiro para abril. Esse episódio ímpar, que mistura política externa e festa popular, é o ponto de partida de Luís Cláudio Villafañe G. Santos que, nesta inteligente obra, discorre sobre as complexas relações entre Estado, território e poder político no Brasil.
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Obra que, sem dúvida, fornece elementos para a definição da identidade brasileira e exibe os precedentes da crítica agenda estratégica e comercial do Brasil contemporâneo com a América e a Europa. Aborda a política do Império brasileiro ante os sucessivos encontros interamericanos realizados no século XIX, desde o primeiro, no Panamá, em 1826, até o de Washington, em 1889/1890 (chamado de Primeira Conferência Internacional Americana, convocada pelos Estados Unidos, já sob a bandeira do pan-americanismo) - o único do qual o Brasil participou. A política externa do Império somente se consolida a partir de 1850, quando posições nos principais temas da agenda brasileira passam a ser definidas por políticas coerentes. Isolado nas Américas como único defensor do princípio monárquico, o Estado brasileiro sente-se desvinculado dos países vizinhos na construção de um discurso legitimador para a constituição do que acreditava ser um bastião da civilização européia no continente.
Este livro busca discutir as ideias e o legado de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, cujo centenário de morte comemora-se este ano. De forma inusitada, o autor questiona o consenso formado em torno das posições do Barão, que influenciaram claramente a política externa brasileira até os anos 1960 e são eventualmente seguidas ainda hoje. O longevo consenso, diz o autor, transformou Paranhos e seu “evangelho” em paradigma em relações exteriores de um país.
Ganhadora de dois prêmios, o Hubert Herring, do Conselho de Estudos Latino-Americanos na Costa do Pacífico (EUA), e o da Fundação Paul Monette para o melhor trabalho na área dos estudos gays e lésbicos, esta obra traça a evolução do comportamento e da cultura dos homossexuais masculinos no Rio de Janeiro e em São Paulo ao longo do século passado. Ao mesmo tempo, lança nova luz sobre a visão que a sociedade como um todo tinha dos homossexuais. Os homens que se fantasiavam de mulher e os bailes gays no carnaval alimentaram uma falsa imagem de tolerância para com o homossexual. James N. Green, professor de História da América Latina da California State University, reúne uma vasta documentação que demonstra o preconceito de todo dia existente sob o véu enganoso da permissividade carnavalesca.
Procurando elucidar aspectos do processo de formação do conceito de nacionalidade na história brasileira, a historiadora analisa o período de passagem do trabalho escravo ao trabalho livre. Isso permite apreender a especificidade do período colonial e de seus conflitos sociais. A expansão cafeeira aparece como elemento duplo de redeterminação e conservação dos antagonismos, fonte de perpetuação de um conflito que esta obra procura abranger.
O cearense José Martiniano de Alencar (Messejana, 1829 - Rio de Janeiro, 1877) é um dos maiores nomes da literatura nacional. Sua principal característica está no nacionalismo, tanto nos temas quanto na maneira de escrever diferenciada daquela utilizada em Portugal. O presente livro, no entanto, não se debruça sobre a produção literária do escritor, sendo confessadamente uma biografia. Vivenciando um momento de consolidação da Independência, o jornalista, político, orador, romancista, crítico, cronista, polemista e dramaturgo produziu uma obra que constitui um significativo esforço de conceber novos caminhos literários para o País, voltados para a busca de uma identidade nacional e para o resgate das nossas origens.