O livro analisa e interpreta algumas cartas de Guy de Maupassant (1850-1893) no conjunto de sua correspondência, constituída de aproximadamente oitocentas unidades escritas entre 1862 e 1891. Desse modo, procura-se focalizar as missivas escolhidas com base em sua estrutura narrativa, sua enunciação, sua função, sua finalidade, elementos esses que transformam a correspondência em uma miríade de textos ecléticos, sendo abordadas também algumas questões teóricas da arte epistolar, contribuindo dessa forma para a elaboração de um discurso crítico no campo da epistolografia, campo em expansão, mas ainda carente de estudos teóricos no Brasil.
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A escrita de Florbela faz parte de um movimento de renovação que teve lugar no Portugal dos anos 20 e 30, e quem vem na (con)seqüência do alto Modernismo de 1913-1917 com o seu epicentro no Orpheu de Fernando Pessoa e Sá-Carneiro. Mas não tem parecido assim. Esta série de análises apaixonadas e sistemáticas de Renata Soares Junqueira traz essa contribuição preciosa para a reavaliação e releitura de uma das vozes mais intensas do moderno lirismo em português. Fernando Cabral Martins. Universidade Nova de Lisboa.
Estudo de características da prosa de ficção dos romantismos alemão e brasileiro, considerando as peculiaridades de cada movimento e as circunstâncias histórico-literárias em que surgiram. Abrangente e documentado com seriedade, o livro trata de questões relativas ao tema, como transcendência, subjetividade etc. de modo bastante claro e preciso, sendo de leitura agradável e de fácil compreensão mesmo para um público não especializado.
Nos primeiros meses de 1930, Walter Benjamin planejou uma coletânea de ensaios sobre literatura com o objetivo de "recriar a crítica como gênero", mas este livro nunca se materializou; e assim como seu projeto sobre as passagens parisienses também esboçado em 1930, a obra foi considerada por ele uma das "derrotas em grande escala" de sua vida. Entretanto, sobreviveram resíduos vitais da sua tentativa de recriar a crítica da época. Em meio a esse brilhante repositório do início dos anos 1930, estão anotações para um ensaio sobre "A tarefa do crítico", um dos artigos que Benjamin planejava incluir na coletânea não publicada sobre literatura. Nas anotações de Benjamin sobre a tarefa do crítico, como já indicado, ele enfatiza que "um grande crítico permite que os outros formem suas próprias opiniões com base na análise crítica que ele produz". Esperamos que este livro exemplifique essa máxima em relação a Eagleton, em especial porque, como Stuart Hall observa, "a forma interrogativa" de um livro de entrevistas, pelo menos potencialmente, "convida o leitor a participar de algo que é, em todo caso, um diálogo.
A teorização da prática de tradução tem se defrontado historicamente com uma dicotomia. Ela passa pela distinção entre um procedimento de tradução que adota um dispositivo do tipo "palavra por palavra", no qual a fidelidade e a literalidade são os elementos-chave, e outro que admite um dispositivo do tipo "sentido por sentido", no qual criatividade e liberdade coordenam o processo. Essa dicotomia aparece hoje nas discussões entre os adeptos da equivalência formal e os defensores da equivalência dinâmica. Cristina Rodrigues utiliza o ideário da desconstrução para demonstrar como essas duas perspectivas são mais próximas do que aparentam. A compreensão das estratégias de transformação do texto aparece como o caminho para reconsiderar os problemas da tradução.
A obra faz uma análise do processo de construção do humor nas obras infantis de Monteiro Lobato, o qual, dessa maneira, reinventa a linguagem literária, projetando com esse recurso as contradições da experiência humana na literatura. O estudo é feito considerando aspextos como: narrador, linguagem, exploração dos recursos semânticos, nonsense, paródia, comparações inusitadas, ironia, cômico da situação, inversão/subversão, grotesco e personangens.