Escrito na década de 90, em meio a um ambiente político e acadêmico extremamente polarizadoentre os que eram contra e os que eram a favor da globalização da economia,este livro demonstra – e este é um de seus pontos fundamentais - queas nações têm razões legítimas parase preocupar com as consequências do processo de integração sobre as condições de vida de suas populações.
Dani Rodrik, o autor, reconhece que não há uma receita pronta para conduzir a integração de forma a reduzir seus impactos sociais. Ainda assim ele sugere atitudes aos governos – como criatividade e pragmatismo – e formula sugestões que não cabem na cartilha ortodoxa, embora ele se declare identificado com o mainstream.
Rodrik prega nesta obra medidas como a reorientaçãodos gastos sociais para proteger os grupos mais atingidos, a implementação da taxa Tobin – imposto global sobre osfluxos de capitais cuja receita seria dividida entre as nações – a ampliação nosmecanismos de salvaguardas da OMC, para permitira possibilidade de liberação temporária de paísesde obrigações internacionais que geram conflitos sociaisou pressões que ameacem as instituiçõesnacionais.
Esta obra não trata, especificamente, dos efeitos danosos da modalidadede globalização que originou a crise de 2008, assunto que o autor abordaria em trabalhos posteriores, mas traz diversos insights sobre os perigos da livre circulação de capitais especulativos. Também não defende, de forma explícita,a adoção de políticas industriais, cuja necessidade Rodrik sustenta em textos mais recentes, em que prega a autonomiapara os países escolherem sua própria estratégia de inserçãointernacional.
Fundamental para compreender a evolução e o amadurecimentodo pensamento de Dani Rodrik, um dos mais proeminentes e citados economistas políticos da atualidade, este livro contribuiu para tornar odebate sobre a globalização mais sensato, “ao sugerir um caminhointermediário entre a defesa da globalização desenfreada e osaudosismo do protecionismo autárquico”, como afirmam, na apresentação, Luiz Caseiroe Glauco Arbix.
Autor deste livro.
Organizado por uma equipe do Instituto do Banco Mundial, defende a tese de que o crescimento qualitativo de um país somente é possível com investimento na educação do povo e na preservação e gestão adequada dos recursos naturais. Desse crescimento, seria possível promover a redução da pobreza e atingir uma melhor qualidade de vida compartilhada por todos. Dentro dessa premissa, são apresentados capítulos para lidar com riscos financeiros globais e com oportunidades em ambientes de mudança.
Inflação, desemprego, delinqüência, saúde, consumo, analfabetismo são expressos por taxas. Os governos, as instituições e as empresas se orientam por diagnósticos que são calcados sobre pesquisas de opinião. Há uma verdadeira rede, que nos envolve a todos e que se alimenta fundamentalmente das estatísticas. Este livro procura desmontar as bases desse imenso edifício, levantando a questão da objetividade e da legitimidade de inúmeras afirmações que assumem foros de verdade.
Este é um livro que ganhou fama, antes mesmo de ser publicado. Desde 1975, quando João Manuel apresentou O capitalismo tardio como tese de doutoramento, as cópias xerografadas circulam pelo Brasil inteiro, cada vez menos legíveis pela incessante reprodução. O autor, como de hábito, ignorou sistematicamente o sucesso de seu trabalho clandestino e desdenhou os elogios. Absorveu as objeções com o mesmo rigor com que costuma avaliar os méritos de sua própria obra. Por isso desapontou os críticos com o silêncio e suportou os apelos para publicar o livro, com o desapego dos que já estão pensando novas questões. A distância que João Manuel guarda em relação a seus trabalhos terminados é proporcional à intimidade que mantém com o pensamento vivo e questionador.
“Este livro examina como os retardatários [o "resto"] avançaram em um ambiente em que o conhecimento era de difícil acesso e constituía uma barreira à entrada erigida pelas empresas estabelecidas. Analisa as propriedades gerais do "aprendizado puro", ou da industrialização "tardia", com base inicialmente em tecnologias que já eram comercializadas por empresas de outros países. O comportamento em mercado de economias que se industrializaram durante a Primeira e a Segunda Revoluções Industriais com o auxílio de tecnologias radicalmente novas mostra-se distinto do comportamento em mercado de economias que se industrializaram na ausência de quaisquer produtos ou técnicas de produção originais, ambos tendo requerido diferentes políticas, instituições e teorias para que o desenvolvimento econômico tivesse sucesso. Por ser exclusivo e específico de cada empresa, o conhecimento é tudo, menos universalmente disponível e gratuito. Ele é a chave para o desenvolvimento econômico, que envolve uma conversão da criação de riqueza centrada eam ativos primários baseados em produtos para a criação de riqueza centrada em ativos baseados no conhecimento."
Neste livro, o renomado economista francês François Chesnais discute os prós e os contras do tributo Tobin imposto ao mercado financeiro em 1971 pelo professor americano James Tobin para a taxação dos movimentos de capitais de caráter especulativo. De forma didática, o autor trata do imposto Tobin apenas como pretexto educativo para esclarecer as engrenagens da globalização ("mundialização", conforme opção do autor) financeira, bem como argumentos neoliberais que devem ser atacados.