Este é um dicionário singular, e não apenas por abarcar exclusivamente termos empregados na cozinha brasileira. Parte de seus mais de três mil verbetes sequer consta dos dicionários regulares da língua portuguesa, algo que, em si, o torna relevante para a história da cultura nacional. Várias dessas palavras foram pinçadas em dialetos indígenas e africanos e em documentos bibliográficos hoje raros, tarefa iniciada por Leonardo Arroyo nos anos 1960.
Recentemente, a pesquisadora Rosa Belluzzo incumbiu-se de revisar e complementar o trabalho de Arroyo, tarefa em que despendeu quatro anos: “Procurei arrematardefinições incompletas, incorporar palavras que à épocanão eram usuais, acrescer novos sentidos para termos já utilizados;meu objetivo, enfim, foi revisitar o léxico compilado por Arroyo,preservando seu conteúdo, mas não descurando o presente e aprópria dinâmica transformadora da língua e da cultura”.
Arroyo e Belluzzo expõem a evolução do vocabulário da culinária nacional, enfatizando suas particularidades, curiosidades e suas três principais matrizes culturais principais – europeia, africana e indígena. Como resultado, trazem à luz um rico e diversificado leque de expressões e da terminologia empregada na cozinha em todo o país.
Autor de 3 livros disponíveis em nosso catálogo.
Machado de Assis, como revelam suas correspondências, era personalidade presente e ativa no cenário do Rio de Janeiro. O fundador da Academia Brasileira de Letras frequentava cafés, restaurantes e confeitarias em reuniões e tertúlias acaloradas. Esse era um pano de fundo obrigatório de sua vida social e certamente foi um dos elementos que emolduraram sua trajetória pessoal e literária. Neste livro, Rosa Belluzzo procura redesenhar o Rio de Janeiro gastronõmico da época machadiana. Um olhar mais rigoroso sobre o que então estava disponível ao paladar de Machado não apenas auxilia um passo rumo ao maior conhecimento da história cultural de sua época, mas nos aproxima do escritor, humaniza-o e permite, de forma original, que se vislumbre no gigante o ser humano que partilhou dores e prazeres (inclusive culinários).
Tema de simbolismo tão marcante na identidade de São Paulo, a alimentação é apresentada neste livro como um acompanhamento das informações sobre a história da ocupação e da formação da sociedade paulistana. Rosa Belluzzo, na pesquisa e na documentação que o compõem, demonstra como as fusões, associações e confluências de temperos, alimentos, modos de preparo, apresentação e utensílios associados definiram pratos que, em mais de quatrocentos anos, estão fortemente identificados com a cidade e a região.
Sergio de Paula Santos, o autor de Comer e beber como Deus manda,foi um médico que encontrou no vinho um novo prazer e uma porta para o mundo da gastronomia. Se tornando um dos mais respeitados enólogos do país, neste livro ele discorre, em uma série de artigos, sobre assuntos que envolvem o ato de comer e outros temas relacionados. A obra, por exemplo, não se restringe à análise de vinhos e sugestões de pratos para acompanhá-los. Há textos em que se fala sobre café, cerveja, práticas sociais de alimentação, Lei Seca, contaminação alimentar, alcoolismo, caviar... um verdadeiro banquete para os que apreciam a arte da cozinha.