Análise Estrutural de Romances Brasileiros retoma obras como O Guarani, A Moreninha, O Cortiço, Esaú e Jacó, Vidas Secas, Laços de Família e Legião Estrangeira, e sobre elas experimenta o mais variado instrumental de análise estrutural de textos narrativos.
Não é um mero transplante de métodos estrangeiros aplicados por Greimas, Bremond, Jakobson, Todorov, Barthes, Lacan, Levi-Strauss, etc., mas uma tentativa de criar parâmetros de leitura de textos brasileiros.
Autor deste livro.
O volume intitulado Entre Cabral e Drummond inclui os ensaios “Drummond e Cabral: pedras no caminho” e “Como ler a poesia de Carlos Drummond de Andrade. No primeiro texto, Sant’Anna estuda de forma original a complexa relação edipiana entre Cabral e Drummond. Analisa o conceito de “família literária”de Cabral, a questão da “epifania” em Drummond e Bandeira, e mostra como a leitura que Cabral fez de Miró foi equivocada, constituindo-se em uma projeção da poesia que ele, Cabral, faria futuramente.
Escrever cartas revela o desejo de registrar acontecimentos, racional e afetivamente, para não esquecê-los, para estabelecer uma memória de si e dos outros. Nesse sentido, Simón Bolívar lidou com sua correspondência de forma dedicada e delicada porque esteve entre seus objetivos oferecer à posteridade um personagem: o homem público irretocável, desprovido de vida privada. Neste livro, Fabiana de Souza Fredrigo empreende a releitura desse epistolário e propõe múltiplos sentidos narrativos constitutivos do que denomina "memória da indispensabilidade". No interior dessa memória, Fredrigo constata a presença do ressentimento e da solidão de Bolívar, transformados em elementos retóricos que, por sua vez, permitiram à autora demonstrar os limites em compreender a conformação de uma nova cena histórica e o apego ao ideal da liberdade desse ator histórico que venezuelanos e colombianos alcunham el Libertador.
Nesta obra, em que analisa como Antonio Candido teorizou o problema da representação da realidade na literatura, Anita Martins Rodrigues de Moraes levanta uma questão fulcral: como abordar as contribuições do intelectual nos estudos literários tendo em conta a presença, em sua obra, de premissas evolucionistas criticadas, ou mesmo superadas, no âmbito das ciências sociais?
Considerado o melhor escritor realista português do século XIX, José Maria de Eça de Queiroz (Póvoa de Varzim, 1845 - Paris, 1900), é autor de obras clássicas como Os Maias e O crime do Padre Amaro. Esta biografia utiliza vasta correspondência do artista, parte dela incorporada à Biblioteca Nacional de Lisboa. É possível assim conhecer o homem de humor irreverente e estilo simples e fluente. Eça de Queiroz é apresentado como um idealista sinceramente envolvido com a inserção de Portugal no mundo moderno. Nesse sentido, sua obra jornalística e novelesca pode ser lida como uma crítica ao atraso cultural e uma tentativa de colocar a alma lusa em sintonia com um novo mundo científico do qual Portugal não podia ficar distante.
No volume Trajetória poética e ensaios o leitor encontrará dois textos. O primeiro (“50 Anos da poesia e/ou as ilusões perdidas”) mostra o percurso poético de Sant’Anna pelos movimentos marcantes da poesia brasileira do período. Atuando em várias frentes ele faz a crítica aos movimentos utópicos dos anos 1950 e 1960, divididos entre as vanguardas e a poesia social. O segundo ensaio, “Travessia crítica”, é uma radiografia do que foi sua experiência dentro e fora da universidade, onde deixou marcas notáveis. Destacam-se nesse caso assuntos como o significado da estilística, do estruturalismo, da psicanálise, da teoria da carnavalizacão até seus ensaios inovadores sobre o Barroco e arte contemporânea.