Indispensável, esta obra retrata os dez anos da Revolução Francesa à luz das mais recentes descobertas e interpretações da pesquisa historiográfica. O autor, considerado a maior autoridade mundial na história do acontecimento que marcou a passagem para a era atual, coloca em perspectiva as versões tradicionais dos fatos da época e levanta novos questionamentos para as gerações atuais.
Sem desprezar a cronologia e o factual, Vovelle reflete em especial sobre as principais interrogações que o período suscita. Assim, questiona algumas das interpretações usuais como, por exemplo, a que atribui um ímpeto belicista aos revolucionários, por terem se engajado na campanha militar pela Europa que desembocou no período do Terror. E também rejeita a interpretação corrente e simplista acerca dos contrarrevolucionários do Oeste francês, que seriam ora defensores do rei, ora fanáticos religiosos – para Vovelle havia ainda um campesinato descontente com a ordem burguesa, cujas necessidades não haviam sido contempladas pelo Estado revolucionário.
As análises do autor encontram respaldo não somente em suas citações, mas também em anexos que complementam o texto. São documentos (discursos, leis ou excertos de jornais), mapas e gráficos que ilustram aspectos sociais e econômicos da década revolucionária.
Autor de 3 livros disponíveis em nosso catálogo.
A Revolução Francesa "foi, e continua sendo, a base para uma enorme esperança, a esperança de mudar o mundo, eliminando as injustiças, em nome das luzes da razão e não de um fanatismo cego. Como ela se inscreveu na história num momento determinado da evolução das forças econômicas, sociais e culturais, sabemos que seu êxito teve origem na união das aspirações da burguesia e das classes populares. E, por causa disso, percebe-se bem tudo que fica faltando: a conquista da igualdade pela mulher, a ratificação do fim da escravidão, mas, sobretudo, a eliminação das desigualdades sociais, no momento mesmo em que, ao desferir o golpe derradeiro no feudalismo, ela estabelece as bases sobre as quais irá progredir a sociedade liberal, do século XIX até os dias de hoje."
"Que ninguém se engane quanto ao assunto desse ensaio, anunciado por um título que, aparentemente, remete a um tema talvez um pouco obsoleto - quem, hoje em dia, ainda se interessa pelas pobres almas do purgatório? -, é um temível desafio este que aceitamos enfrentar aqui. Trata-se nada menos do que explorar por um viés específico a relação que os vivos mantiveram com seus mortos durante séculos, e em uma área bastante abrangente, a do Ocidente cristão."
Dirigida pela historiadora Emília Viotti da Costa, A Revolução Iraniana é o 10º volume da Coleção Revoluções do Século 20. No fim de 1978, as ruas de várias cidades do Irã enchiam-se de manifestantes que reclamavam o fim do governo, uma monarquia encabeçada pelo xá Mohammed Reza Pahlevi. A ação repressiva do Exército e da polícia, fiéis ao regime, não conseguia deter a determinação dos manifestantes, massacrados às centenas, na evolução de um processo revolucionário que se baseava nos ensinamentos de um personagem religioso do século VII, o profeta Maomé. Ao qualificarmos de "iraniana" uma revolução que o mundo se acostumou, ideologicamente, a chamar de "islâmica", sublinhamos suas múltiplas raízes históricas e políticas, que o obscurantismo "racionalista" pretende ocultar mediante uma simplificação absoluta, posta, atualmente, a serviço de uma cruzada mundial contra o "terrorismo islâmico, último álibi político-ideológico do velho imperialismo capitalista”.
A Revolução Chinesa, em 1949, ampliou o bloco socialista e forneceu novos modelos para revolucionários em várias partes do mundo. Com a participação da China em instituições até recentemente controladas pelos países capitalistas, talvez seja possível dar início a uma reavaliação mais serena dos acontecimentos. Essa Revolução que intriga o Ocidente e as reformas promovidas pelo regime a partir de fins do século XX impõem a tarefa sempre renovada de esclarecer o perfil e os rumos dessa epopéia ainda não terminada.
O século XX no México começa efetivamente com a Revolução Mexicana. Foi a primeira revolução com claro cunho social a acontecer na América Latina nesse século. Existem muitas razões para se refletir sobre esse singular acontecimento na história mexicana e latino-americana. Em primeiro lugar, por que deu origem a um regime estável e duradouro. Tal situação fica mais evidente se compararmos o México a outros países do sul do continente que, ao longo do século XX, passaram por golpes militares e regimes de exceção.