Este livro trata de uma das subáreas mais importantes da matéria Relações Internacionais, os ESI, sigla para Estudos de Segurança Internacional. Situa o tema desde antes da Segunda Guerra Mundial, mas foca o período posterior, apresentando as transformações das concepções de segurança provocadas pelo conflito e, em seguida, pelo longo período caracterizado pela Guerra Fria.
Durante a maior parte dessa trajetória, os ESI continuaram sendo definidos por meio de uma agenda consideravelmente militar. Segundo os autores, somente a partir dos anos 1970, quando as relações entre as superpotências já estavam mais amadurecidas, o termo segurança voltou a seu significado original e a agenda de segurança internacional se estendeu, aos poucos, para além do enfoque político-militar.
O conceito-chave dos ESI, assim, migrou de defesa ou guerra para segurança, o que significou uma guinada crucial. Os estudos passaram a abranger um conjunto maior de questões políticas, incluindo a relação entre ameaças e vulnerabilidades militares e não militares. As complexidades decorrentes impuseram novos campos de pesquisa e novas perguntas definidoras do campo contemporâneo de RI, consubstanciadas em questões como: quando implantar, utilizar e não utilizar meios militares no novo contexto geopolítico?
Exemplo ainda da complexidade crescente enfrentada pelos estudos da área é atestado pelo fato de a segurança internacional ter se tornado um empreendimento muito mais civil do que fora no período anterior à Grande Guerra, pois bombardeios estratégicos e armas nucleares transcendem a expertise tradicional de combate militar, que passou a envolver também especialistas civis - de físicos e economistas a sociólogos e psicólogos.
Atentos a esse panorama multifacetado, Buzan e Hansen estabelecem neste livro um texto clássico, imprescindível para o desenvolvimento desse campo.
Barry Buzan é professor Montague Burton de Relações Internacionaisna London School of Economics eprofessor honorário nas Universidadesde Copenhague e de Jilin. É autor dos livros The United States and the Great Powers: World Politics in the Twenty-first Century (2004), Regions and Powers: The Structure of International Security (2003, com OleWaever) e The Arms Dynamic in World Politics (1998, com Eric Herring), entre outras obras.
Livro que enfoca parte importante da militarização da burocracia, com a influência direta das Forças Armadas em instâncias estatais de natureza civil (Comunicações e Educação). Expressa o destaque de tais áreas, a perspectiva gerencial e política de alguns setores militares sobre assuntos relevantes, nos quais reconheciam valor estratégico para o desenvolvimento do Estado. Demonstrada a importância fundamental da Educação e das Comunicações para o Estado no regime militar, a autora revela meandros da administração pública nesses dois Ministérios, durante um período de 27 anos.
Vice-secretário de Defesa no governo Clinton, o autor discute os grandes desafios que aguardam os EUA neste século. Trata não só da ameaça do terrorismo, cristalizada com os atentados de 11 de setembro de 2001, mas busca estabelecer paradigmas para que a nação redefina seus interesses nacionais na presente era da informação global. São enfatizados temas como a globalização, a solução de graves problemas internos e o paradoxo nacional de conservar o atual poderio militar sem se tornar um país excessivamente militarizado.
Esta obra indispensável de Edward Saíd, ícone da resistência política e cultural da Palestina, está sendo editada pela primeira vez no Brasil. Escrita entre 1977 e 1978 e publicada originalmente em 1979, foi atualizada pelo autor no prefácio à edição de 1992.
Com base numa concepção integradora, os autores optam por focalizar a nova des-ordem mundial a partir de suas múltiplas dimensões enfatizadas em partes distintas ao longo do texto: econômica, política, cultural e ambiental, concluindo com uma proposta de regionalização do espaço mundial contemporâneo. Tudo isto sob a indispensável ligação com a história, pois, tal como afirmava o geógrafo e anarquista Élisee Reclus, "a Geografia não é outra coisa senão a História no espaço, assim como a História é a Geografia no tempo".
Temas como a luta contra a má alimentação, a permanência do camponês na terra, a recusa a transgênicos, a biodiversidade, a ocupação do território agrícola, a diversidade cultural, a proteção ambiental e a resistência às empresas multinacionais são debatidos neste livro por José Bové e François Dufour, também membro da Confederação Camponesa, em entrevista ao jornalista Gilles Luneau.