Para compreender a China, defende Mário Poceski, autor desta obra, é preciso um olhar atento para as profundas mudanças socioculturais provocadas pelas reformas econômicas iniciadas em 1978 no país. E, também, para os amplos reflexos de tais mudanças sobre a importante e complexa arena religiosa chinesa, que atualmente passa por uma forte revitalização. Singular pelo didatismo e abrangência, e generosamente ilustrado, este livro percorre a história da China, desde a dinastia Shang (c. 1600-1046 a.C.) até os dias de hoje, para revelar um rico retrato da religiosidade plural do povo chinês.
Apesar da corrente profusão de cultos e crenças, mostra o autor, não existe plena liberdade religiosa na China, pois o governo tenta controlar as manifestações. Tal prática, no entanto, é antiga, vem dos tempos do império. O inusitado, hoje, é que o governo esforça-se para convencer os fiéis de que suas investidas visam na verdade facilitar a conciliação entre socialismo e religião.
Na cena fervilhante pululam novos grupos, como o Falun gong, enquanto crenças e práticas tradicionais revigoram-se e transformam-se de modo a atender às demandas culturais e sociais dos novos tempos. Poceski lembra que a diversidade religiosa poucas vezes produz tensão na China. Ao contrário, as diversas religiões historicamente compartilham espaços comuns na sociedade, em geral de forma pacífica. Ele cita como exemplo a dinastia Tang (618-907), um dos períodos de maior pluralismo religioso, em que coexistiam credos tão diferentes quanto o budismo, o confucianismo, o taoísmo, o cristianismo, o islamismo, o zoroastrismo e o maniqueísmo.
Hoje, predominam as religiões tradicionais e milenares – o budismo (nascido na Índia), o confucionismo e o taoísmo (originais da China), o islamismo, o cristianismo e as religiões populares. Estas últimas, forjadas ao longo dos séculos e constituídas de inúmeras manifestações amplamente difusas, estão fortemente presentes na vida religiosa do povo chinês, mas são marginalizadas pelo governo, subestimadas pelos defensores das grandes tradições e rejeitadas pelos secularistas descrentes, que as consideram superstições antiquadas.
A reboque da revitalização, conta Poceski, proliferam cursos voltados à formação de clérigos no país, cujo currículo está sujeito à aprovação e à supervisão do governo. Paralelamente, nasce uma expressiva indústria de publicações religiosas – de panfletos de perfil popular a revistas, livros e reedições de obras canônicas, como os clássicos confucianos, as escrituras budistas e a Biblia, que a China reproduz aos milhões para abastecer inclusive mercados externos.
Autor deste livro.
Qual é a relação entre maçonaria, espiritismo, anarquismo e socialismo? De que forma se percebe a chamada identidade mineira na obra de Francisco Xavier? Como republicanismo e teleologia histórica se entrelaçam no discurso espírita? Em que se baseiam as práticas religiosas e as propostas de cura do espiritismo e da umbanda?
A vida em Jesus Cristo é um paralelo entre as idéias de Santo Tomás de Aquino e de Nicolas Cabasilas dois representantes eméritos de Igrejas atualmente "separadas", com estilos teológicos totalmente diferentes: a Igreja Católica Romana e a Ortodoxa.Jean-Yves Leloup coloca em ressonância temas fundamentais como a vida sobrenatural, a graça, a união com Cristo, o teocentrismo e a teologia sacramental.
Jean-Yves Leloup propõe um trabalho estritamente positivo; trata-se de se expor, da maneira mais objetiva possível, a doutrina de São João da Cruz. Dessa forma, o leitor irá encontrar nesta obra os grandes temas que constituem a doutrina católica e ortodoxa: teologia trinitária, cristologia e pneumatologia. O autor cita longamente alguns textos nos quais São João da Cruz parece querer fornecer uma síntese de seu pensamento. É importante ressaltar que o livro não tem o cunho de um trabalho de teologia histórica ou crítica, mas sim de teologia mística, com o intuito de permanecer fiel ao carisma próprio de São João da Cruz, que é conduzir as almas pelas vias da união com Deus.
A coleção Nomes de Deuses origina-se de um programa de entrevistas da Rádiotelevisão belga RTBF Liège, realizado durante os dois últimos anos da década passada, por Edmond Blattchen. O programa, de grande audiência e influência na Bélgica, tinha como objetivo trazer a público o debate sobre assuntos acadêmicos, como filosofia, religião e ciência, por meio de entrevistas com personalidades ligadas ao tema. A Editora UNESP e a UEPA selecionaram oito dessas entrevistas para a sua publicação.
Um dos tratados teológicos mais influentes da história do Cristianismo, Instituição da religião cristã é a obra máxima de Calvino, autor universalmente reconhecido e estudado - inclusive por Weber e Marx - como um dos pilares da Reforma Protestante. Esta edição, traduzida diretamente do latim, baseia-se na versão definitiva de 1559, resultado de quase trinta anos de reflexões do pensador franco-suíço.