Ao reproduzir as dez edições do periódico Os Ferrões, que circulou no Rio de Janeiro em 1875, este livro oferece um manancial de informações de caráter histórico e social sobre o Brasil e o mundo no período do Segundo Reinado, além de trazer à tona um interessante capítulo da história da imprensa no país.Sob a batuta de José do Patrocínio, que se tornaria uma das figuras mais proeminentes dos movimentos Abolicionista e Republicano, e de Demerval da Fonseca, que nos anos seguintes se destacaria na vida pública brasileira, o jornal alinhava-seà imprensa satírica que então florescia na Europa.
O nome Os ferrões alude ao propósito da publicação: “ferroar” toda e qualquer figura pública, ridicularizando-a ou apontando suas atitudes condenáveis. Ninguém foi poupado durante os breves dez meses de vida do jornal, que “ferroou” de D. Pedro II a Machado de Assis, de Duque de Caxias à Princesa Isabel.
Os Ferrões colocava-sefrontalmente contra o conservadorismo católico ultramontano, que julgava incongruente com a “civilização moderna”, e propunha uma “Igreja livre em um Estado livre”. Nesse ambiente, as contendas religiosas tinham presença constante nas páginas do jornal, que fincava posições nas mais diversas áreas: defendeu o casamento civil, o ensino laico, o fim da escravidão dos negros, a livre expressão.
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(Semanário humorístico editado por Ângelo Agostini, Américo de Campos e Antônio Manoel dos Reis, 1866-1867) O Cabrião foi o mais conhecido periódico humorístico de caricatura publicado, em São Paulo, durante o Império. Editado por um dos maiores precursores da caricatura e da ilustração da época, Ângelo Agostini junto com dois grandes jornalistas, mérico de Campos e Antônio Manoel dos Reis, o Cabrião circulou somente durante um ano. Esta edição que agora vem a público, fac-similar, oferece um divertido retrato político, social e eclesiástico daquela época.
Estudos sobre biografias ainda são ocasionais. Alguns literatos, acadêmicos ou não, refletiram sobre a biografia como gênero - investigando sua autenticidade, sua veracidade, estilos de época, simbioses romanescas etc. Muitos historiadores também ocuparam-se da biografia como uma espécie de subproduto da história, um meio para o historicismo ou amostra para reflexões historiográficas.
Arte híbrida: entre o pictórico e o fotográfico apresenta aspectos históricos e técnicos, em que procedimentos e linguagens opõem-se, contaminam-se ou misturam-se.
Um dos principais nomes da literatura satírica do início do século XX, Alexandre Marcondes Machado, o Juó Bananére, não tinha, até agora, uma edição de suas Cartas d'Abax'o Pigues. Espalhadas pelas páginas d'O Pirralho, essas cartas são um material cômico em que se mesclam o valor histórico e o literário, e as principais delas estão nesta edição revisada de Benedito Antunes.
Dentre os muitos benefícios que nos trouxe a transferência da corte portuguesa para o Brasil, podemos destacar duas medidas que parecem da maior importância: a abertura dos portos e a instalação da Impressão Régia, duas janelas que abriram o Brasil para o mundo, do ponto de vista político e cultural. A primeira decisão foi de efeito imediato; a segunda, de resultado um pouco mais tardio, pois a Impressão Régia visou, inicialmente, apenas à publicação dos atos oficiais, mas em curto espaço de tempo passou a publicar obras que abrangeram quase todos os campos do conhecimento. Visto no contexto em que a Impressão Régia funcionou, seu desempenho foi excepcional e abriu caminho para o desenvolvimento cultural brasileiro, pois proporcionou o surgimento de um número crescente de editores no século XIX.