Jürgen Habermas examina neste livro o “complexo” que segundo ele descansa sob a expressão “esfera pública”. Para ele, pode-se esperar, ao compreender tal conceito e submetê-lo a esclarecimento sociológico, apreender de modo sistemático a própria sociedade. “A esfera pública”, diz o filósofo, “continua a ser um princípio organizador de nossa ordem política”.
Na obra, a primeira mais sistemática de Habermas, o pensador toma como ponto de partida para uma discussão empírica, o desenvolvimento da esfera pública na Inglaterra, França e Alemanha do século 17 ao século 20. Assim, a sólida argumentação é construída em termos mais históricos, sem contudo se transformar em mera reconstrução histórica - a investigação articula, em uma teoria crítica interdisciplinar, a discussão dos ideais normativos da esfera pública e seus desdobramentos efetivos e contraditórios na realidade das práticas sociais e instituições políticas.
A análise da categoria esfera pública segue o modelo marxista da crítica imanente da ideologia e da dominação que, ao mesmo tempo, apresenta os potenciais de emancipação e mostra que a sociedade democrática burguesa contradiz as premissas essenciais de sua própria autocompreensão normativa – ou seja, cria os próprios obstáculos que impedem a realização desses potenciais. Para mostrar isso, o método de investigação entrelaça a economia, a cultura e a política.
Arenas e espaços públicos de discussão são uma das questões centrais do texto. Habermas examina as condições sociais que levaram à criação de tais espaços nas sociedades modernas, em que pessoas privadas promovem a discussão crítica e racional de questões comuns e se dispõem a assumir que o melhor argumento é a única fonte legítima de validar juízos – e em consequência validar também ações e instituições políticas. Para o tradutor da obra, Denilson Luís Werle, “o resultado é uma teoria crítica da sociedade que aponta para os potenciais e os limites da moderna forma de vida democrática”.
Autor de 8 livros disponíveis em nosso catálogo.
Segundo volume da Coleção Habermas, este texto reproduz um discurso do filósofo proferido cerca de um mês após o 11 de setembro de 2001. Embora circunstancial, é de grande importância no conjunto da obra do filósofo que, ao retomar o clássico tema fé e saber, adota uma nova expressão – “pós-secular” – que imprime mudanças em sua teoria da modernidade e torna-se presente em suas obras posteriores.
Nos textos que compõem esta obra, Jürgen Habermas analisa a relação entre teoria e práxis no contexto das sociedades modernas, surgidas do desenvolvimento de uma “civilização cientifizada”. Com base na perspectiva dessa relação, ele examina criticamente os efeitos colaterais reificantes da racionalização social sobre o cotidiano dos sujeitos.
Os 14 ensaios que constituem esta obra, a 12ª da série Pequenos escritos políticos, contribuem para o reconhecimento de Jürgen Habermas como intelectual público no Brasil. No país, a maior parte de suas análises da conjuntura social e política e avaliações sobre o estado da democracia na Europa ou no mundo permanecem praticamente desconhecidas do público, principalmente por estarem disponíveis apenas em alemão.
Jürgen Habermas discorre, nesta obra escrita nos anos 1990, sobre a produção de oito teóricos que o influenciaram de alguma maneira: Charles S. Peirce,Edmund Husserl, Martin Heidegger, Ludwig Wittgenstein, Max Horkheimer, Georg Simmel,Alexander Mitscherlich e Alfred Schmidt.