Esta coletânea de cinco ensaios foi publicada originalmente em 1968, mesmo ano da publicação de Conhecimento e interesse. O artigo que empresta o título ao volume, “Técnica e ciência como ‘ideologia’”, daria origem, 13 anos mais tarde, a Teoria da ação comunicativa, o livro de referência de toda a obra de Habermas.
Em suas considerações iniciais à obra, Habermas pontua que “Técnica e ciência como ideologia”, assim como o quinto ensaio do livro, “Conhecimento e interesse”, reprodução da aula inaugural que ele proferiu na Universidade de Frankfurt, não são, como três demais artigos, “trabalhos de ocasião”, que “podem servir para tornar precisos alguns pressupostos e assinalar algumas de suas consequências”. A afirmação do filósofo, escreve Marcos Nobre na apresentação, deve ser entendida em referência aos três livros mais importantes que ele havia publicado até aquele momento.
Em relação a pressupostos, o primeiro e o último ensaio – “Trabalho e interação: comentários sobre a Filosofia do espírito de Hegel em Jena” e “Conhecimento e interesse” – estão mais próximos do universo teórico do livro Conhecimento e interesse. Da mesma forma, o terceiro e o quarto, “Progresso técnico e mundo da vida social” e “Política cientificizada e opinião pública”, são desenvolvimentos afins a constelações de problemas colocadas pelos livros Mudança estrutural da esfera pública e Teoria e práxis, de 1962 e 1963, respectivamente.
Habermas confere uma posição especial também ao último ensaio, “Conhecimento e interesse”, caracterizado duplamente: como esclarecedor de pressupostos (tal como o primeiro ensaio) e ainda como esboço do que foi posteriormente realizado no volume Conhecimento e interesse. Esse é um dos indícios de que, em 1968, Habermas não via incompatibilidade de projeto entre os dois volumes publicados no mesmo ano. E, pela caracterização que dá dos ensaios de Técnica e ciência como “ideologia”, não parece haver dúvida de que considerava o primeiro livro de estatura teórica superior ao segundo. No entanto, as formulações que “tinham mais um caráter experimental” do ensaio homônimo foram pouco a pouco se mostrando como mais fecundas para os objetivos que Habermas se propôs a partir do final da década de 1960.
Autor de 8 livros disponíveis em nosso catálogo.
Segundo volume da Coleção Habermas, este texto reproduz um discurso do filósofo proferido cerca de um mês após o 11 de setembro de 2001. Embora circunstancial, é de grande importância no conjunto da obra do filósofo que, ao retomar o clássico tema fé e saber, adota uma nova expressão – “pós-secular” – que imprime mudanças em sua teoria da modernidade e torna-se presente em suas obras posteriores.
Nos textos que compõem esta obra, Jürgen Habermas analisa a relação entre teoria e práxis no contexto das sociedades modernas, surgidas do desenvolvimento de uma “civilização cientifizada”. Com base na perspectiva dessa relação, ele examina criticamente os efeitos colaterais reificantes da racionalização social sobre o cotidiano dos sujeitos.
Os 14 ensaios que constituem esta obra, a 12ª da série Pequenos escritos políticos, contribuem para o reconhecimento de Jürgen Habermas como intelectual público no Brasil. No país, a maior parte de suas análises da conjuntura social e política e avaliações sobre o estado da democracia na Europa ou no mundo permanecem praticamente desconhecidas do público, principalmente por estarem disponíveis apenas em alemão.
Jürgen Habermas discorre, nesta obra escrita nos anos 1990, sobre a produção de oito teóricos que o influenciaram de alguma maneira: Charles S. Peirce,Edmund Husserl, Martin Heidegger, Ludwig Wittgenstein, Max Horkheimer, Georg Simmel,Alexander Mitscherlich e Alfred Schmidt.