Presumido autor da Historia verdadera de la conquista de la Nueva España (História verídica da conquista daNova Espanha), obra central sobre a expansão ultramarina espanhola publicada em 1632, Bernal Díaz del Castillo entrou para o panteão da literatura hispânica, entre Cid e Dom Quixote. Mas tal atribuição de autoria perde credibilidade à medida que os estudiosos desvendam os mistérios e lacunas de sua biografia. Em Cortés e seu duplo – pesquisa sobre uma mistificação, Christian Duverger tenta demonstrar, por meio da análise de farta documentação historiográfica, que Diaz del Castillo foi na verdade uma criação do conquistador espanhol Hernán Cortés, protagonista e verdadeiro autor do épico.
Díaz del Castillo teria nascido na Espanha, morrido na Guatemala e participado de expedições fabulosas nas regiões do Panamá, Cuba e outras ilhas do Caribe. Em 1517, teria visitado a península de Iucatã e se engajado na empresa capitaneada por Cortés, participando dos fatos capitais da queda do império asteca, então com 18 milhões de habitantes.
Duverger, no entanto, põe em dúvida essa trajetória e demonstra que o legítimo Díaz del Castillo dificilmente poderia ter escrito Historia verdaderapor uma simples razão: “ele era provavelmente iletrado”. Além disso, o suposto autor do épico, de quem nunca se registrou uma só imagem, jamais foi biografado, mesmo depois de 250 anos da publicação de sua crônica, e a data de seu nascimento permanece desconhecida. O cultuado “escritor” Díaz del Castillo, sugere Duverger, não passa de uma criação do conquistador Cortés, que produzira obras anteriores e, à época, proibido de escrever pelo Rei Carlos V, bem poderia ter concebido um duplo.
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Estudo que analisa o papel desempenhado pela eletricidade na modernização do Brasil. Ao contrário do que ocorreu em países da Europa, foi o gerador elétrico, e não a máquina a vapor, que funcionou como agente de modernização. A modernidade só deixou de ser um ideal a partir do momento em que a energia elétrica foi posta à disposição do consumo. Daí a necessidade de compreender o desenvolvimento tecnológico que possibilitou a modernização pelo domínio da produção de energia elétrica.
A relação dinâmica entre os homens e as suas roupas, dissecada sob um enfoque sociológico e artístico, é o tema deste livro. Todo um jogo de valores, de identidades e de metáforas sociais, políticas e éticas é analisado com base no uso da roupa preta pelos homens ao longo dos séculos. Abordagens do uso do preto na Espanha, durante o reinado de Felipe II (1556-1598), na época de Shakespeare e na obra de Charles Dickens, as casas sombrias na Inglaterra, as vestimentas masculinas e femininas e o uso do preto no mundo contemporâneo. Utilizada inicialmente no Ocidente como símbolo de luto, a roupa preta vem ganhando, ao longo do tempo, uma proximidade cada vez maior com o poder.
Estudando as obras de Varnhagen e Oliveira Vianna, este livro reconstitui a trajetória de uma corrente historiográfica brasileira ainda extremamente influente, e que sintetiza, de modo exemplar, os ideais e objetivos das classes dirigentes do país, de ontem e de hoje. É obra essencial para estudantes e acadêmicos interessados nas interpretações de nossa história e de nossa historiografia.
Os elos entre a filosofia e a história são o tema deste estudo. A base teórica é o pensamento do historiador Paul Veyne, que reflete sobre a sua prática de um ponto de vista que leva em conta questionamentos de cunho filosófico. A partir daí, são apontadas questões filosóficas que o historiador deve levar em conta em suas pesquisas. Ao longo do livro são definidos e encadeados elementos constitutivos da tarefa narrativa do historiador e da sua construção teórica. Temas que dizem respeito ao objeto da história e à causalidade histórica, assim como relações entre conceito, acontecimento e totalidade histórica, são enfocados, como também as diferentes concepções filosóficas da ligação entre o ato de narrar em si mesmo e o de construir filosoficamente essa narrativa.
História de Roma traz a ascensão e queda de um dos grandes impérios da humanidade pelas palavras do historiador francês Pierre Grimal. O autor aborda, neste livro, toda a trajetória desta cidade que posteriormente dominaria a Europa e partes da Ásia e da África.