O mérito deste livro é ter feito um estudo minucioso em fontes históricas poucas vezes ou nunca examinadas, como a correspondência entre Joaquim Nabuco e a British Anti-Slavery Society, além do jornal Rio News, fonte importantíssima e pouco usada pelos historiadores brasileiros, e mostra como Joaquim Nabuco e a Sociedade Antiescravista Britânica e Estrangeira promoveram-se mutuamente. O autor nota que Nabuco aparece com menor freqüência no Rio News após 1884, quando a campanha abolicionista ganhou as ruas e o líder abolicionista passou para o segundo plano no movimento emancipacionista. Nabuco é um personagem dos mais importantes na história do Brasil, foi o primeiro representante da elite imperial a eitear a abolição; em 1880, presidiu a primeira sociedade abolicionista brasileira, e com uma altivez rara na classe política, para fazer frente ao boicote dos seus pares, abriu mão de uma cadeira na Câmara e impôs a si mesmo o exílio na Inglaterra, onde escreveu O abolicionista, livro emblemático do movimento. Sua carreira não se limitou à liderança abolicionista, pois foi escritor e autor do clássico Um estadista do Império e se tornou embaixador de sucesso na Inglaterra e nos Estados Unidos.
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O texto aborda as questões relativas à recolonização apresentando uma história do vocábulo "recolonização" e de seus usos oficiais no Brasil para averiguar o significado que lhe foi inicialmente conferido; em seguida, examina a permanência na historiografia brasileira e estrangeira dos séculos XIX e XX da representação de que as Cortes tinham um plano de recolonização do Brasil, bem como da negação da existência de um plano recolonizador por parte de alguns historiadores nas últimas décadas.
O livro aborda o conceito de cinemateca desde o surgimento das primeiras coleções de filmes até os dias atuais, enfocando o final da década de 1950 e início da de 1960, quando um modelo específico de cinemateca, do qual o grande ideólogo foi Henri Langlois, é colocado em xeque no âmbito da Federação Internacional de Arquivos de Filmes (FIAF). O texto procura compreender ainda as especificidades da experiência brasileira no panorama político e cultural do país, analisando sobretudo o projeto político/pedagógico da instituição para o campo da educação e de políticas culturais no Brasil no período entre 1952 e 1973.
Revoluções brasileiras, cuja primeira edição é de 1897, é composto de 18 resumos históricos que começam com a história do Quilombo de Palmares e terminam com a Proclamação da República. Sua visão histórica e seu tom radical dão à obra um lugar particular nos estudos da história e da política desse período.
Publicado em 1920, 18 anos depois de Os sertões, de Euclides da Cunha, oferece uma fascinante visão dos diversos episódios que envolvem o beato Antônio Conselheiro, uma das figuras mais controversas da história brasileira em sua ambivalente posição de herói de multidões politicamente reprimidas e/ou de fanático religioso.
Este livro se propõe a dar ao leitor a oportunidade de refletir sobre a História do Brasil e tentar contribuir na montagem desse enorme quebra-cabeça incompleto. Ao ver gravuras e ler fragmentos de relatos de viagem, o leitor descobrirá costumes estranhos, tribos canibais, aventureiros e piratas, embora ainda encontre personagens incrivelmente semelhantes aos atuais brasileiros. A diversidade de costumes e valores faz parte de nossa História e deu origem à cultura brasileira. Conhecer a história dessa fusão é o grande desafio dos pesquisadores, que buscam informações em documentos variados, entre os quais os relatos de viajantes estrangeiros. Durante três séculos, esses testemunhos registraram episódios vividos na América portuguesa que ora se destacam por uma percepção singular quando comparada aos olhares luso-brasileiros, ora apenas reproduzem lugares-comuns difundidos na Europa. No passado, sobretudo no período colonial, paulistas, baianos e mineiros se sentiam mais súditos da monarquia portuguesa, moradores dos domínios ultramarinos de Sua Majestade, do que brasileiros. Não havia o sentimento de ser brasileiro, identidade que se consolidou somente nos dois últimos séculos. Índios e negros de várias etnias se misturavam aos portugueses, mestiços, escravos e libertos e constituíam uma sociedade muito heterogênea e incapaz, à época, de se pensar como unidade, como nação.