Para tratar das relações entre as transformações econômicas e as mutações na sociabilidade, manifestas na dura vida cotidiana e na precária privacidade, distinguimos, neste livro, os momentos significativos que se estendem do pós-guerra aos nossos dias. Entre 1945 e 1964, vivemos os momentos decisivos do processo de industrialização, com a instalação de setores tecnologicamente mais avançados, que exigiam investimentos de grande porte; as migrações internas e a urbanização ganham um ritmo acelerado. O ano de 1964 marca uma inflexão, com a mudança do "modelo" econômico, social e político de desenvolvimento, e esta transformação vai se consolidando a partir de 1967-68. Mas, nesse período (1964-79), as dimensões mais significativas dessa mudança não eram perceptíveis, deixando a impressão de uma continuidade essencial do progresso, manchada, para muitos, pelo regime autoritário. A partir de 1980 ("a década perdida"), finalmente, a nova realidade se impõe.
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Este é um livro que ganhou fama, antes mesmo de ser publicado. Desde 1975, quando João Manuel apresentou O capitalismo tardio como tese de doutoramento, as cópias xerografadas circulam pelo Brasil inteiro, cada vez menos legíveis pela incessante reprodução. O autor, como de hábito, ignorou sistematicamente o sucesso de seu trabalho clandestino e desdenhou os elogios. Absorveu as objeções com o mesmo rigor com que costuma avaliar os méritos de sua própria obra. Por isso desapontou os críticos com o silêncio e suportou os apelos para publicar o livro, com o desapego dos que já estão pensando novas questões. A distância que João Manuel guarda em relação a seus trabalhos terminados é proporcional à intimidade que mantém com o pensamento vivo e questionador.
Diante do fracasso da tentativa de alentar o desenvolvimento no pós-guerra, o mundo pode estar passando por uma “grande transformação” no campo econômico. Contrariamente ao que seria desejável, no entanto, a economia estaria tratando de libertar-se dos “grilhões da sociedade”.
Análise política e econômica das duas últimas décadas do século 20, esta obra destaca o papel das instituições criadas pelo acordo deBretton Woods para forçar os países da América Latina a adotar os “ajustes” econômicos da cartilha neoliberal. Com ênfase no Grupo Banco Mundial, busca esclarecer como e porque essas nações foram capturadas por promessas não cumpridas e conclui que alguns países, entre os quais o Brasil, aprenderam algo fundamental naquele período: que somente o país emissor da moeda de curso internacional pode viver sob déficits interno e externo.
A obra de Haug é instância de peso dentro do pensamento estético alemão. Suas teses, sempre guiadas pela originalidade de tratamento e fertilidade intelectual, sugerem uma visão do campo onde melhor pode render, no plano da estética, a análise das formas econômicas. Por este prisma, este livro revitaliza o debate a respeito do impacto e presença da produção e reprodução capitalistas sobre a criação e consumo intelectual e estético.
Os países desenvolvidos estão tentando "chutar a escada" pela qual subiram ao topo, ao impedir que os países em desenvolvimento adotem as políticas e as instituições que eles próprios usaram. Estudo novo e estimulante no qual o autor examina a pressão que o mundo desenvolvido exerce sobre os países em desenvolvimento para que adotem certas políticas e instituições hoje consideradas necessárias ao desenvolvimento econômico, mas que não foram seguidas por eles no passado.