Nesta coletânea de artigos, a década de 1920 é vista como um marco na alavancagem da modernização do país. Os diversos aspectos econômicos, políticos e sociais deste período são tratados com agudeza e profundidade, traçando um painel ao mesmo tempo apaixonante e elucidativo de um dos momentos fundamentais da história recente do Brasil.
Autor deste livro.
Uma nova obra de referência, que abre espaço para que Humberto Mauro, artista mineiro, considerado o mais brasileiro dos diretores do cinema nacional, seja conhecido na totalidade das facetas de sua ampla filmografia. Mauro fez filmes entre 1925 e 1974, e construiu uma trajetória repleta de imagens que se tornaram matrizes do cinema brasileiro. Neste livro, que relata os 50 anos de atividade de Humberto Mauro e discute a possibilidade da existência de um cinema brasileiro e dos seus vínculos com a grande arte universal, a autora reflete sobre a possibilidade de filmar o Brasil e seu povo sob um olhar também nacional. Com essa proposta, o estudo ilumina o Cinema Novo e ajuda a projetar hipóteses sobre os caminhos da produção nacional.
Este livro se propõe a dar ao leitor a oportunidade de refletir sobre a História do Brasil e tentar contribuir na montagem desse enorme quebra-cabeça incompleto. Ao ver gravuras e ler fragmentos de relatos de viagem, o leitor descobrirá costumes estranhos, tribos canibais, aventureiros e piratas, embora ainda encontre personagens incrivelmente semelhantes aos atuais brasileiros. A diversidade de costumes e valores faz parte de nossa História e deu origem à cultura brasileira. Conhecer a história dessa fusão é o grande desafio dos pesquisadores, que buscam informações em documentos variados, entre os quais os relatos de viajantes estrangeiros. Durante três séculos, esses testemunhos registraram episódios vividos na América portuguesa que ora se destacam por uma percepção singular quando comparada aos olhares luso-brasileiros, ora apenas reproduzem lugares-comuns difundidos na Europa. No passado, sobretudo no período colonial, paulistas, baianos e mineiros se sentiam mais súditos da monarquia portuguesa, moradores dos domínios ultramarinos de Sua Majestade, do que brasileiros. Não havia o sentimento de ser brasileiro, identidade que se consolidou somente nos dois últimos séculos. Índios e negros de várias etnias se misturavam aos portugueses, mestiços, escravos e libertos e constituíam uma sociedade muito heterogênea e incapaz, à época, de se pensar como unidade, como nação.
O cearense José Martiniano de Alencar (Messejana, 1829 - Rio de Janeiro, 1877) é um dos maiores nomes da literatura nacional. Sua principal característica está no nacionalismo, tanto nos temas quanto na maneira de escrever diferenciada daquela utilizada em Portugal. O presente livro, no entanto, não se debruça sobre a produção literária do escritor, sendo confessadamente uma biografia. Vivenciando um momento de consolidação da Independência, o jornalista, político, orador, romancista, crítico, cronista, polemista e dramaturgo produziu uma obra que constitui um significativo esforço de conceber novos caminhos literários para o País, voltados para a busca de uma identidade nacional e para o resgate das nossas origens.
Este livro busca compreender alguns aspectos da sociedade brasileira do século XIX. Para isso, a partir da investigação do imaginário dos viajantes, reconstitui o cotidiano e as lutas sociais das classes subalternas do período. Este livro parte do registro das impressões de viajantes estrangeiros e das classes subalternas para traçar um panorama das práticas e dos mecanismos de luta social no Brasil do século XIX. Nesse período, segundo o autor, essas classes não haviam ainda incorporado a noção de propriedade e a ética do trabalho capitalista e expressavam, em suas manifestações culturais, geralmente críticas e bem-humoradas, os primeiros sinais populares de busca de cidadania no país.
Considerado o melhor escritor realista português do século XIX, José Maria de Eça de Queiroz (Póvoa de Varzim, 1845 - Paris, 1900), é autor de obras clássicas como Os Maias e O crime do Padre Amaro. Esta biografia utiliza vasta correspondência do artista, parte dela incorporada à Biblioteca Nacional de Lisboa. É possível assim conhecer o homem de humor irreverente e estilo simples e fluente. Eça de Queiroz é apresentado como um idealista sinceramente envolvido com a inserção de Portugal no mundo moderno. Nesse sentido, sua obra jornalística e novelesca pode ser lida como uma crítica ao atraso cultural e uma tentativa de colocar a alma lusa em sintonia com um novo mundo científico do qual Portugal não podia ficar distante.