CULTURA E COTIDIANO, TRADIÇÃO E RESISTÊNCIA
Este livro busca compreender alguns aspectos da sociedade brasileira do século XIX. Para isso, a partir da investigação do imaginário dos viajantes, reconstitui o cotidiano e as lutas sociais das classes subalternas do período. Este livro parte do registro das impressões de viajantes estrangeiros e das classes subalternas para traçar um panorama das práticas e dos mecanismos de luta social no Brasil do século XIX. Nesse período, segundo o autor, essas classes não haviam ainda incorporado a noção de propriedade e a ética do trabalho capitalista e expressavam, em suas manifestações culturais, geralmente críticas e bem-humoradas, os primeiros sinais populares de busca de cidadania no país.
Autor deste livro.
Reconstruir a paisagem cotidiana dessa vila de vinte mil habitantes que era a São Paulo do século XIX. Com esse objetivo, os organizadores coletaram uma multiplicidade de referências: depoimentos, novelas, peças de teatro, diários de viagem, pinturas, fotos de paisagens e de tipos humanos. Contextualizado por estudos introdutórios de historiadores e críticos de teatro, esse material aparece como fonte de dados para a compreensão do processo de formação e desenvolvimento da cidade de São Paulo.
O descobrimento do Brasil e a vida dos indígenas aqui encontrados por Cabral são o destaque deste livro, escrito em linguagem acessível e amplamente ilustrado. A importância do trabalho dos arqueólogos, as pinturas rupestres e a cerâmica produzida pelos primeiros povos que habitavam o atual Brasil merecem destaque. O dia-a-dia dos índios é descrito com precisão científica em parágrafos curtos e informativos, com destaque para as atividades de caça, pesca, dança e canto.
Este livro se propõe a dar ao leitor a oportunidade de refletir sobre a História do Brasil e tentar contribuir na montagem desse enorme quebra-cabeça incompleto. Ao ver gravuras e ler fragmentos de relatos de viagem, o leitor descobrirá costumes estranhos, tribos canibais, aventureiros e piratas, embora ainda encontre personagens incrivelmente semelhantes aos atuais brasileiros. A diversidade de costumes e valores faz parte de nossa História e deu origem à cultura brasileira. Conhecer a história dessa fusão é o grande desafio dos pesquisadores, que buscam informações em documentos variados, entre os quais os relatos de viajantes estrangeiros. Durante três séculos, esses testemunhos registraram episódios vividos na América portuguesa que ora se destacam por uma percepção singular quando comparada aos olhares luso-brasileiros, ora apenas reproduzem lugares-comuns difundidos na Europa. No passado, sobretudo no período colonial, paulistas, baianos e mineiros se sentiam mais súditos da monarquia portuguesa, moradores dos domínios ultramarinos de Sua Majestade, do que brasileiros. Não havia o sentimento de ser brasileiro, identidade que se consolidou somente nos dois últimos séculos. Índios e negros de várias etnias se misturavam aos portugueses, mestiços, escravos e libertos e constituíam uma sociedade muito heterogênea e incapaz, à época, de se pensar como unidade, como nação.
O esporte é uma das mais importantes manifestações culturais do século XX. É um fenômeno tipicamente moderno, que tem sua configuração articulada com todas as outras dimensões sociais, culturais, econômicas e políticas: arquitetura, modus vivendis, nova dinâmica das cidades, aumento da presença dos meios de comunicações, entre outras. A construção do ideário da modernidade, seus sentidos e significados, passa também pelas peculiaridades que adquiriu a prática esportiva no decorrer do tempo. As práticas corporais sempre fazem parte do patrimônio cultural de um povo, plenamente articuladas com uma cultura específica e sendo importantes ferramentas na construção de identidades: de classe, de gênero, de etnia, ligadas à construção da ideia de nação. No caso do Brasil, isso fica acentuado pela grande presença do futebol em nossa formação cultural, em nossa história. Tendo em vista essas considerações, esse livro pretende lançar um olhar panorâmico sobre o objeto no país, traçando uma trajetória temporal, desde o século XIX até os dias de hoje.
A admiração pela França constituiu um traço marcante das elites brasileiras desde os primórdios da independência, momento em que se tornou urgente dotar o jovem país de uma identidade capaz de lhe assegurar feições próprias. Sob a batuta de um diminuto grupo, concebeu-se e projetou-se uma representação da nação que não pode ser dissociada dos valores e da auto-imagem de seus propugnadores.