Enfoca a formação das cidades paulistas criadas junto à antiga Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil - atual Novoeste, do início da construção da ferrovia, em 1905, até 1914, data que marca o término da ligação entre Bauru (SP) e Porto Esperança, no atual Mato Grosso do Sul. Nesse período, surgem, a partir das estações, povoados que apresentam certas constantes urbanísticas. Cidades como Lins, Penápolis e Araçatuba merecem análise detalhada. O autor verifica que nelas predominou, desde a sua origem, a lógica da especulação imobiliária e do lucro como base para a vida urbana.
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Em São Paulo, o avanço da lavoura do café, tocada por força de trabalho imigrante, propiciou a abertura de centenas de patrimônios religiosos, futuras cidades, num primeiro momento adiante das plantações, e logo após, tendo as lavouras ao seu redor, em áreas de terras devolutas, consideradas nos mapas oficiais como ¨terrenos despovoados¨. O termo patrimônio religioso, ou mais comumente, ¨patrimônio¨, foi bastante usual até meados do século XX, para designar povoados cujas origens vieram de terras aforadas pela Igreja Católica. De certa forma, a denominação tornou-se sinônimo de povoado, vila ou pequeno aglomerado urbano, ao menos até que o mesmo fosse elevado à sede de município, quando a designação ¨cidade¨ seria usualmente empregada.
Em sua análise da mão-de-obra e do mercado interno no Oeste Paulista, especificamente nas regiões de Araraquara e São Carlos, entre 1830 e 1888, a autora aponta uma diversidade da transição, da organização e da disciplina do mercado de trabalho livre, com predominância da convivência de trabalhadores nacionais, forros ou libertos, e estrangeiros recrutados na Hospedaria de Imigrantes, em São Paulo. As condições de vida, porém, eram similares. Escravos libertos pediam adiantamento para a compra de sapatos, enquanto os trabalhadores nacionais pobres, desnutridos e maltrapilhos, habitavam casas de pau-a-pique semelhantes a senzalas e também iam descalços para a lavoura. Os imigrantes, por sua vez, viviam igualmente uma realidade precária. Predominava o sentimento de futuro incerto, com muito trabalho, pouco usufruto e reduzidas perspectivas de melhoria.
Os sírios e libaneses e seus descendentes, que ainda hoje comumente se referem uns aos outros como patrícios, formaram uma colônia razoavelmente numerosa no estado de São Paulo. Este livro procura dar conta dos principais determinantes das trajetórias sociais percorridas por essa colônia, compreendida como imigrantes e seus descendentes, entre os anos 90 do século XIX e a década de 1960 do século passado, com exceção do capítulo sobre muçulmanos árabes, cuja referência é mais atual.
Por que o Brasil é um país tecnologicamente atrasado? O livro, organizado pelo pesquisador Milton Vargas, apresenta fatos pouco conhecidos que nos auxiliam na compreensão desse tipo de problema. Trata-se de uma viagem reveladora, por toda a nossa história, que nos permite conhecer melhor os obstáculos e as possibilidades relacionadas à inserção do nosso país na verdadeira modernidade.
Uma nova obra de referência, que abre espaço para que Humberto Mauro, artista mineiro, considerado o mais brasileiro dos diretores do cinema nacional, seja conhecido na totalidade das facetas de sua ampla filmografia. Mauro fez filmes entre 1925 e 1974, e construiu uma trajetória repleta de imagens que se tornaram matrizes do cinema brasileiro. Neste livro, que relata os 50 anos de atividade de Humberto Mauro e discute a possibilidade da existência de um cinema brasileiro e dos seus vínculos com a grande arte universal, a autora reflete sobre a possibilidade de filmar o Brasil e seu povo sob um olhar também nacional. Com essa proposta, o estudo ilumina o Cinema Novo e ajuda a projetar hipóteses sobre os caminhos da produção nacional.