A admiração pela França constituiu um traço marcante das elites brasileiras desde os primórdios da independência, momento em que se tornou urgente dotar o jovem país de uma identidade capaz de lhe assegurar feições próprias. Sob a batuta de um diminuto grupo, concebeu-se e projetou-se uma representação da nação que não pode ser dissociada dos valores e da auto-imagem de seus propugnadores.
O livro, organizado no bojo das comemorações do Ano da França no Brasil, pretende reunir estudos que analisam a presença de imigrantes franceses em território brasileiro, temática que ocupa lugar bem menos proeminente que o reservado à influência da cultura francesa.
Autor de 3 livros disponíveis em nosso catálogo.
Este livro trata de uma das mais importantes publicações brasileiras do início do século, de sua origem em 1916 até o fim de sua fase principal em 1925. Constituindo-se um dos poucos trabalhos historiográficos existentes sobre o tema, a autora analisa A Revista do Brasil não apenas como fato editorial, mas como veículo de divulgação das propostas da intelectualidade no período, cuja influência foi decisiva na determinação dos rumos da construção nacional.
Um marco na história da edição de periódicos no país, a Revista do Brasil é extensamente analisada nesta obra de Tania Regina de Luca. A autora levanta toda a conjuntura envolvendo a publicação, desde o resgate de seus objetivos iniciais, o contexto político e social no momento do seu lançamento, até seus padrões estéticos e o modo como passou a influenciar o debate sobre a realidade nacional. Em pouco tempo, a revista passou a ocupar um papel de destaque na história da imprensa e da intelectualidade do país, se tornando importante entender sua trajetória para se ter uma visão mais ampla da construção do pensamento brasileiro.
Este estudo traça o retrato do movimento operário de Santos, na virada do século, quando se transformou em importante porto e cidade multirracial e multicultural. Trata-se de uma importante contribuição para o melhor conhecimento da história social e política do período.
Este livro busca discutir as ideias e o legado de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, cujo centenário de morte comemora-se este ano. De forma inusitada, o autor questiona o consenso formado em torno das posições do Barão, que influenciaram claramente a política externa brasileira até os anos 1960 e são eventualmente seguidas ainda hoje. O longevo consenso, diz o autor, transformou Paranhos e seu “evangelho” em paradigma em relações exteriores de um país.
Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa de 1993, esta obra, de Manolo Florentino, está entre as que mais contribuíram para a significativa revisão pela qual passou o tema tráfico de escravos a partir dos anos 1980. Ao trazer àluz dados e formulações negligenciados ainda hoje por clássicos da historiografia brasileira, o autor desvenda a estrutura política, social e econômica que, tanto no Brasil quanto na África, possibilitou ao país tornar-se o maior importador de escravos das Américas entre os séculos 16 e 19, período em que recebeu cerca de 10 milhões de negros. Donos de negócio da tal monta, os mercadores de escravos ascenderam ao topo da pirâmide social, de onde, nos séculos 18 e 19, influenciaram de modo decisivo o Estado brasileiro.