FÁBULA E LÍRICA
Este livro, ao relacionar as fábulas dos poemas de Guillaume Apollinaire (1880-1918) à sua lírica, mostra como a repetição de temas e os compromissos estéticos, culturais e ideológicos do artista mantêm-se voltados para a escrita de uma poesia que ele considerava eterna. "Em uma época na qual a poesia é freqüentemente prisioneira dos sistemas e das teorias, Apollinaire soube simplesmente ser poeta. Simplesmente, mas totalmente: sem recusar nada do que o mundo lhe oferece, unindo em um mesmo abraço o espetáculo da vida, a experiência pessoal e a cultura, acolhendo todas as formas da expressão poética, sensível a todos os apelos estéticos de seu tempo, salvaguardando, com um sotaque inimitável, a pureza de sua inspiração no âmago das múltiplas solicitações."
Autor deste livro.
Apesar de ter ganho o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras em 1937, Magma, de João Guimarães Rosa, ficou inédito, por vontade do autor, até 1997, quando foi publicado postumamente. Mesmo reconhecendo, como o próprio Rosa, o estatuto de obra menor dessa única incursão do magistral autor de Grande sertão: veredas no terreno da lírica, Maria Célia Leonel, professora da UNESP, Campus de Araraquara, percebeu e pôs-se a estudar, de maneira cuidadosa e original, a importância dos poemas de Magma na germinação da prosa poética do ficcionista, sobretudo de Sagarana, sua primeira publicação.
A proposta deste guia é abordar o aspecto literário do texto bíblico. Os ensaios que o compõem situam os diversos livros bíblicos em seu contexto, avaliam suas implicações e precedentes histórico-sociais, além de expor suas características e estruturas temático-formais. Dessa forma, o texto bíblico é apresentado em toda sua riqueza literária.
Este livro analisa as formas de representação da cidade de Luanda - capital de Angola - e sua predominância na literatura desse país. Desde o período anterior à chegada dos europeus até os últimos cinqüenta anos são recuperadas todas as formas de produção literária em Angola, com destaque para aquelas que enfocam espaços e tipos de personagem que percorrem "a cidade da escrita", Luanda, e em que podem ser vistas diversas faces do início da tomada de consciência da colônia que luta por tornar-se sujeito de sua própria história. Por último, há um exame sobre alguns romances em língua portuguesa que tomaram a cidade de Luanda como cenário privilegiado de ação.
O presente volume é resultado de pesquisas extensas e detalhadas com manuscritos inéditos e poemas publicados de Euclides, estes últimos dispersos em jornais e periódicos, alguns deles já impossíveis de acessar. Do levantamento realizado nos vários acervos consultados pudemos apurar um total de 133 poemas, que podem ser desmembrados da seguinte maneira: 78 pertencentes ao caderno manuscrito Ondas ; vinte poemas dispersos e 12 postais, além de 15 variantes principais e oito secundárias. Se considerarmos que a maior reunião de poemas de Euclides feita até aqui não chegou nem a cerca de quarenta unidades, pode-se aquilatar a diferença de escala que representa o atual levantamento.
Este livro pretende demonstrar que o Novo Testamento bíblico é o contexto da constituição da parábola como gênero literário. Mesmo que essa modalidade seja mencionada em outros universos, temos como proposta mostrar que é somente no Novo Testamento que ela assume feições mais definidas. Tal tarefa justifica-se, em primeiro lugar, pelo fato de haver, no Brasil, um número muito limitado de obras disponíveis que tratem da parábola e dos aspectos teóricos a ela relacionados. Em segundo lugar, a situação se agrava quando se parte para uma pesquisa especificamente em língua portuguesa. Como será demonstrado com maiores detalhes nos capítulos subsequentes, o que se encontra em uma parte restrita de livros de teoria literária publicados em nosso país são apenas pequenos verbetes sobre o assunto. Além desses dados ligados basicamente à limitação de bibliografia, tem-se que o tratamento que essas poucas obras existentes oferecem ao gênero parabólico está muito distante de ser exaustivo.