Fornecer informações sobre detalhes da evolução humana, demonstrando que ela é uma série complexa de ocorrências explicável por alguns princípios evolucionistas gerais, é o objetivo deste livro, que traz importantes dados sobre a existência de antepassados humanos, como o australopitecos, o Homo erectus e o homem de Neanderthal. Questões filosóficas derivadas das teorias de Charles Darwin e a ecologia que embasa a biologia e a evolução humanas são abordadas. Também há a discussão de intrigantes e desafiadoras perguntas sobre a singularidade humana relacionadas ao nosso comportamento, como a inteligência, a cultura, o comportamento social e a linguagem.
Autor deste livro.
Neste trabalho, a autora procura abordar aspectos da dinâmica dos Guarani-Mbya, como xamanismo, mobilidade, relações de parentes e cosmologia. Inicialmente, compõe um mapa geral das duas aldeias mbya em que viveu, com o objetivo de tornar possível ao leitor visualizar os contextos locais em suas particularidades. Depois, aprofunda-se, dedicando-se à etnografia dos deslocamentos, do parentesco, de aspectos estruturais da multilocalidade mbya. Trata também da questão da não-durabilidade da vida humana, ligada ao tema da doença, analisa capacidades existenciais enviadas aos humanos pelos deuses, com atenção à noção de alma e dos nomes pessoais, finalizando com o tema da vida breve no comentário do tratamento, pela cosmologia mbya, da morte, da imortalidade e do destino incorruptível da pessoa na "Terra sem mal".
Falar de forma franca sobre o sexo feminino e seus mecanismos. Isso bastou para que O sexo da mulher se transformasse em um daqueles livros que arrastam polêmicas atrás de si. O ano era 1967, e suas abundantes referências médicas e antifreudianas fizeram sucesso. Vinte anos depois, uma terceira edição revisada chegou às livrarias francesas, com o mesmo espírito crítico e simplicidade. É esta edição que aparece agora em português.
O objetivo deste livro é discorrer sobre a ocupação Guarani Mbya no litoral do Brasil e adjacências, com base na importância social e religiosa que este complexo territorial representa para o Grupo. A primeira parte se constitui da Introdução ao trabalho e de três capítulos sobre aspectos gerais. Contém informações sobre o grupo Mbya, tais como classificação, localização, situação das aldeias atuais e território tradicional, a partir das fontes históricas e de dados sobre as migrações recentes. A segunda parte, e central deste trabalho, apresenta narrativas míticas que fundamentam o pensamento e o modo de ser Mbya e justificam, do ponto de vista da história Mbya, as caminhadas em direção ao mar. Os mitos estão apresentados sob a forma de três narrativas principais, divididas em três capítulos acrescidos de observações, dados etnográficos e relatos complementares. Nos comentários finais, incluídos nesta parte, se realça o conteúdo crítico da idéia que os Mbya têm de si mesmos e do mundo em que vivem.
Desde que desembarcou no Brasil, em 1930, quando ainda era um jovem professor de 27 anos, convidado da recém-fundada Universidade de São Paulo, Claude Lévi-Strauss manteve um relacionamento de admiração e inspiração intelectual com o país. Foi nesta passagem que inaugurou seus estudos sobre os povos ameríndios e colaborou com a Sociedade de Etnografia e Folclore de Mário de Andrade. Voltaria, então, só em 1985, quando reforçaria algumas das suas impressões iniciais. O próprio filósofo admite como este período foi importante na sua trajetória como pensador, e neste pequeno livro, Longe do Brasil, encontra-se na íntegra a entrevista concedida por ele em 1995, em que fala desta experiência.
Este é um estudo da organização social tuyuka. Seu horizonte teórico é o sistema social do Uaupés, a respeito do qual várias descrições de grande valor etnográfico já foram publicadas. As informações sobre os Tuyuka da área da fronteira Brasil-Colômbia contribuem para adensar o entendimento dos grupos Tukano Orientais e da região do alto rio Negro.