Claudio Monteverdi nasceu em Cremona, no ano de 1567. Hoje ele é reconhecido como “criador da música moderna” e um dos precursores da ópera, com sua obra Orfeu. Assim, esteve presente num momento marcante da cultura europeia: a transição do Renascimento para o Barroco. Neste livro, inédito em português, é possível agora compreender, primeiro, esta conjuntura vivida pelo artista, além de suas preferências estéticas e reflexões.
As correspondências aqui reunidas revelam um músico em constante embate com o complexo sistema de financiamento das produções artísticas na Itália quinhentista. Leva também o leitor a descobrir outras inquietações e curiosidades da vida de Monteverdi, como o texto que dedicou ao papa Paulo V, Vésperas da Beata Virgem, com o intuito de criticar o mecenato, que sempre atrasa o pagamento por suas obras. Deste modo, por meio dessas cartas é possível entrar em contato com um compositor poucas vezes reconhecido por seu legado.
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Tomando como ponto de partida o Memorial do convento, de José Saramago, o esquema interpretativo de Odil, fundamentado em Bakhtin, Benjamin, Barthes e Antonio Candido, permite que se desvendem as principais tensões sobre as quais este romance se estrutura: o discurso narrativo dos períodos de formação da literatura portuguesa versus os modos e as formas do romance da modernidade.
O livro demonstra a importância da presença de Victor Hugo nas crônicas de Machado de Assis publicadas ao longo da segunda metade do século XIX e mostra como tal presença, ligada a outras referências francesas, ajuda a compor o grande quadro da vida brasileira do século XIX, em uma interação abrangente das duas culturas. O estudo segue o conceito do intertexto, uma vez que o trabalho criador do cronista é, sem dúvida, algo marcante e que nos interessa mais de perto, visto estudarmos o modo pelo qual a presença de Victor Hugo se manifesta no texto machadiano. Esse caminho teórico revitaliza a crítica de fontes e oferece ao texto liderança e sentido, incorporando a paródia e a citação.
Nos primeiros meses de 1930, Walter Benjamin planejou uma coletânea de ensaios sobre literatura com o objetivo de "recriar a crítica como gênero", mas este livro nunca se materializou; e assim como seu projeto sobre as passagens parisienses também esboçado em 1930, a obra foi considerada por ele uma das "derrotas em grande escala" de sua vida. Entretanto, sobreviveram resíduos vitais da sua tentativa de recriar a crítica da época. Em meio a esse brilhante repositório do início dos anos 1930, estão anotações para um ensaio sobre "A tarefa do crítico", um dos artigos que Benjamin planejava incluir na coletânea não publicada sobre literatura. Nas anotações de Benjamin sobre a tarefa do crítico, como já indicado, ele enfatiza que "um grande crítico permite que os outros formem suas próprias opiniões com base na análise crítica que ele produz". Esperamos que este livro exemplifique essa máxima em relação a Eagleton, em especial porque, como Stuart Hall observa, "a forma interrogativa" de um livro de entrevistas, pelo menos potencialmente, "convida o leitor a participar de algo que é, em todo caso, um diálogo.
Após 50 anos de sua primeira edição, este livro, de autoria de um dos mais renomados tradutores brasileiros de todos os tempos, influenciou gerações de profissionais. Ao conscientizá-los de que devem ir além das letras, seguindo uma conduta ética, com alerta para as qualidades essenciais do tradutor: humildade intelectual, paciência, fidelidade ao pensamento e emoção do original e cultura geral, não só literária, como também psicológica e histórica, além do pendor artístico, conclui que traduzir é uma verdadeira arte.
Em um momento histórico no qual o analfabetismo apresenta-se como intolerável, a questão metodológica da alfabetização aparece como central. Tendo em vista tal realidade, José Morais analisa vários aspectos da chamada arte de ler. Partindo das estruturas mentais envolvidas na leitura, da relação entre linguagem falada e linguagem escrita, Morais centra-se nos mecanismos de aprendizagem e nos distúrbios que podem ocorrer nesse processo. Mediante essa estratégia, ele pode desenvolver o estudo dos diferentes métodos, a fim de apresentar as possibilidades terapêuticas que se oferecem hoje aos que não dominam as práticas de leitura.