Este livro de Maria Lúcia Gonçalves Balestriero tem como primeiro e principal mérito voltar-se para um poeta de escassa fortuna crítica, embora reconhecido pelos grandes nomes de nossa crítica como uma voz original e significativa da poesia brasileira do século XX.
A autora, com um texto cuidadoso e criterioso em seu recorte metodológico, aborda a questão da bifrontalidade da obra do poeta – consensualmente vista como voltada, ao mesmo tempo, para a tradição e a modernidade - , inovando, entretanto, quando descreve duas tendências opostas, mas ambas fundadas na modernidade: o intuicionismo e a racionalidade. A reiterada apresentação de Faustino como poeta de raízes intrinsicamente modernas dá relevância e autonomia aos ensaios aqui apresentados.
Na parte inicial, Balestriero passa em revista as diversas tendências da poesia do século XX para, em seguida, abordar direta e detidamente a obra de Faustino, apresentando leituras detalhadas, bem articuladas e fundamentadas dos poemas selecionados. Desvelando a poética faustiniana, a autora nos revela também sua argúcia como crítica literária neste bem-vindo livro sobre Mário Faustino.
Autor deste livro.
Conhecido dos brasileiros em especial por seus ensaios dedicados a Fernando Pessoa e por sua extensa colaboração com o Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, o português Adolfo Casais Monteiro (1908-1972) deixou larga obra crítica e ensaística, cujos vários aspectos esta antologia procura contemplar.
Marina Colasanti e Affonso Romano de Sant’Anna esboçam aqui um retrato sensível da amiga Clarice Lispector. Por meio de ensaios e crônicas, alguns inéditos, eles falam da escritora e de sua obra ou tomam palavras dela para expressar outros sentimentos e ideias guardados desde o começo dos anos 1960. Clarice também fala em primeira pessoa neste livro, que inclui a transcrição de uma entrevista que ela concedeu a Affonso, Marina e João Salgueiro em 1976, um ano antes de sua morte. Na entrevista ela fala, fundamentalmente, de sua obra, em especial de sua última obra publicada em vida, A hora da estrela: “Não escrevo como catarse, para desabafar. Eu nunca desabafei num livro. [...] Eu quero a coisa em si”.
Este livro é resultado de uma pesquisa sobre a poesia lírica de Arquíloco, poeta grego do século VII a.C. Orientado por uma metodologia segura e atualizada, são destacados alguns aspectos filosóficos como, por exemplo, a "descoberta do indivíduo" e a "efemeridade humana", acompanhados por um estudo sobre a figura do guerreiro arcaico, armas táticas, narrativas marciais e metáforas de guerra. Trata-se de uma obra interdisciplinar que enfoca aspectos da filosofia e da história clássicas, ao lado dos da literatura.