Conhecido dos brasileiros em especial por seus ensaios dedicados a Fernando Pessoa e por sua extensa colaboração com o Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, o português Adolfo Casais Monteiro (1908-1972) deixou larga obra crítica e ensaística, cujos vários aspectos esta antologia procura contemplar.
Cinema, teatro, literatura e sociologia são alguns dos temas que ele abordou em seus artigos, cartas, palestras e intervenções em eventos culturais em Portugal e no Brasil, onde ele se estabeleceu em 1954, quando já era reconhecido em seu país natal, inclusive como editor.
O núcleo deste volume, aliás, compõe-se de participações do intelectual em congressos realizados no Brasil entre 1954 e 1961. Mas a antologia registra ainda o intercâmbio do ensaísta com escritores brasileiros, por meio de uma seleção de sua correspondência, apresenta sua trajetória desde a formação na Faculdade de Letras do Porto, inclui um conjunto de poemas e reproduz um trecho do romance Adolescentes, o mesmo que ele publicou na revista literária Presença, de Coimbra, que dirigiu nos anos 1930.
Autor deste livro.
Este livro de Maria Lúcia Gonçalves Balestriero tem como primeiro e principal mérito voltar-se para um poeta de escassa fortuna crítica, embora reconhecido pelos grandes nomes de nossa crítica como uma voz original e significativa da poesia brasileira do século XX.
Este livro é resultado de uma pesquisa sobre a poesia lírica de Arquíloco, poeta grego do século VII a.C. Orientado por uma metodologia segura e atualizada, são destacados alguns aspectos filosóficos como, por exemplo, a "descoberta do indivíduo" e a "efemeridade humana", acompanhados por um estudo sobre a figura do guerreiro arcaico, armas táticas, narrativas marciais e metáforas de guerra. Trata-se de uma obra interdisciplinar que enfoca aspectos da filosofia e da história clássicas, ao lado dos da literatura.
Marina Colasanti e Affonso Romano de Sant’Anna esboçam aqui um retrato sensível da amiga Clarice Lispector. Por meio de ensaios e crônicas, alguns inéditos, eles falam da escritora e de sua obra ou tomam palavras dela para expressar outros sentimentos e ideias guardados desde o começo dos anos 1960. Clarice também fala em primeira pessoa neste livro, que inclui a transcrição de uma entrevista que ela concedeu a Affonso, Marina e João Salgueiro em 1976, um ano antes de sua morte. Na entrevista ela fala, fundamentalmente, de sua obra, em especial de sua última obra publicada em vida, A hora da estrela: “Não escrevo como catarse, para desabafar. Eu nunca desabafei num livro. [...] Eu quero a coisa em si”.