Giorgio Baratta, um dos maiores estudiosos da obra de Gramsci, apresenta neste livro uma instigante análise do modo como o pensador italiano foi entendido ao redor do mundo. Para isso ele revisita Os Cadernos e as Cartas do cárcere, com o intuito de avaliar a compreensão que outros autores têm do seu legado. Assim, Baratta compõe um diálogo com os demais intelectuais que também interpretaram a obra de Gramsci, como Dario Fo, Gayatri Spivak, Antonio Candido e Stuart Hall.
O principal destaque deste título, no entanto, está na contemplação de estudos sobre Gramsci não apenas realizados na Europa e Estados Unidos, mas também feitos por pesquisadores da América do Sul, incluindo o Brasil. Além disso, o livro apresenta um texto do historiador inglês Eric Hobsbawn em que ele concede uma homenagem à Gramsci através de uma carta imaginária. Portanto, pela multiplicidade de olhares analíticos que reúne e as quais se propõe a analisar, Antonio Gramsci em contraponto permite uma extensiva e abrangente avaliação da obra deste filósofo
Autor deste livro.
O trabalho do sociólogo Octávio Ianni é analisado com base em suas diversas contribuições no campo da política, da cultura e da sociologia. Dentre os colaboradores desta coletânea estão seus mestres Florestan Fernandes e Antonio Candido, além de pesquisadores do porte de Gabriel Cohn e Renato Ortiz.
Obra que trata da reconstrução histórica da luta pela conquista de direitos civis, políticos, econômicos e sociais, com vitórias exaltantes e derrotas desastrosas. Com abordagens da luta pelo sufrágio universal, das origens do bonapartismo entre a América e a França, classes dominantes e subalternas, a democracia, e o século XX, entre a emancipação e a des-emancipação, ou seja, após a conquista de direitos anteriormente não desfrutados, pode se seguir a amargura da perda dos direitos tão arduamente conquistados.
Na Europa do século XVIII, a preferência exótica pelo uso do café e da bebida dos índios, ou seja, o chocolate, constitui sinal de uma profunda transformação da moda, do gosto e das boas maneiras, alimentada pelas novas tendências filosóficas e, em geral, pela modernização dos costumes e das formas de vida. Piero Camporesi, em sua capacidade de fazer falarem os textos e os documentos da época, reconstitui, de forma saborosa, um novo capítulo da história das mentalidades e do gosto.
Onze anos depois da Semana de Arte Moderna de 22, Oswald começa a pôr em prática o projeto de uma série de romances intitulada Marco zero, no qual procuraria retratar o Brasil que estava surgindo a partir de 1930. Nem todos os volumes programados foram escritos e a crítica sempre considerou o resultado como de valor menor por seu excesso de engajamento político. Antonio Celso Ferreira procura desfazer essa interpretação pela leitura atenta de historiador sintonizado com a evolução da literatura brasileira.
Um dos nomes de proa da nova esquerda anglo-saxã, Eagleton apresenta uma visão panorâmica do pensamento contemporâneo para mostrar a atualidade do conceito de ideologia. Articulando filosofia, crítica literária e política, o autor desenvolve uma leitura cruzada de autores como Schopenhauer, Nietzsche, Freud e vários pós-estruturalistas. Tal estratégia visa reapresentar a noção de ideologia com base em novos moldes.