Com longevidade impensável para um livro didático na era contemporânea, o Tratado da esfera (Tractatus de Sphera), de Johannes de Sacrobosco, concebido para o estudo de Astronomia, foi adotado nas universidades por quase cinco séculos – de meados dos anos 1200, quando foi escrito, até o fim dos 1600.
Tal sucesso é atribuído a características peculiares do livro, cuidadosamente polido pelo autor, tanto do ponto de vista pedagógico quanto do literário. Na obra, criada para os estudos do Quadrivium, disciplina em que se agrupavam Aritmética, Música, Geometria e Astronomia, Sacrobosco buscou integrar, por meio de referências, autores paradigmáticos também do Trivium, que incluía Gramática, Retórica e Dialética (Lógica). Assim, o livro percorre de Euclides e Teodósio a Virgílio e Ovídi
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Graças à sua precisão e simplicidade, este obra foi adotada nas principais universidades européias do final da Idade Média e início do mundo moderno. A partir do século XVI, passou a ser texto básico para a formação dos pilotos que fizeram os grandes descobrimentos marítimos. Caso raro naquela época: um texto saía do mar fechado das universidades para cair na vastidão dos oceanos.
Uma das mais completas obras sobre Charles Darwin chega agora nesta coedição da Editora Unesp com a Aracati. Publicado originalmente em 1995, este extenso trabalho da historiadora Janet Browne revela aspectos anteriormente desconhecidos da trajetória do naturalista inglês. O trabalho é dividido em dois volumes, e neste primeiro livro, Viajando, a autora relata a juventude e a preparação científica de Darwin, indo até os anos de sua saga desbravadora ao redor do mundo.
Neste livro o autor pretende demonstrar como os diferentes níveis de relacionamentos e associações interespecíficos podem ser moldados pelo processo evolutivo e mesmo influenciar intensamente a evolução da biota terrestre (o conjunto de espécies que habitam o planeta). O propósito dessa argumentação é auxiliar o leitor a alcançar a inevitável conclusão de que o ser humano é apenas mais um componente de um sistema biológico altamente integrado, submetido aos mesmos processos aos quais toda a vida está submetida. Essa compreensão é imprescindível para o entendimento da posição da espécie humana no sistema biológico, como o desenvolvimento tecnológico vem alterando as associações desse sistema e o próprio destino de nossa espécie e do ambiente no qual vivemos.
Neste livro, Hal Hellman mostra como em mesmo o cientista, geralmente considerado uma espécie de homem raro, equilibrado e justo, escapa de violentas paixões e de comportamentos emotivos, como qualquer um dos mortais. Hellman torna isso evidente ao discorrer sobre dez momentosos debates científicos ocorridos nos últimos 500 anos. São dez casos importantes no cenário da história da ciência, envolvendo personagens notáveis e aparentemente insuspeitos.
Nenhum outro assunto obteve tanta projeção nos meios de comunicação, sejam eles leigos ou especializados, nos últimos anos como o Projeto Genoma Humano (PGH). É esse projeto de pesquisa biológica que se encontra no centro de gravidade deste livro, que busca analisar o motivo e a forma pela qual as tecnologias da vida desencadearam tanta comoção. A tese central do autor é que tal comoção só se explica pela mobilização retórica e política, nas interfaces com a esfera pública leiga, de um determinismo genético crescentemente irreconciliável com os resultados empíricos obtidos no curso da própria pesquisa genômica.