Esta coletânea cobre o período mais intenso da produção de Raymond Williams, ao reunir palestras e textos veiculados entre as décadas de 1950 e 1980, que refletem as preocupações fundamentais do intelectual britânico, desde o início marcadas pelo vínculo entre cultura e política.
Williams sempre se opôs a determinada visão elitista que considerava a cultura privilégio de uma minoria iluminada. Para ele, em contraponto, a cultura consistia na organização simbólica dos significados e valores de uma determinada sociedade – ou seja, era um patrimônio de todos. O desafio da crítica, assim, não estaria resignado a distinguir o que deve ser lembrado do que deve ser esquecido. Antes disso, tratava-se de um esforço de interpretação e exposição da própria realidade sócio-histórica inscrita na produção cultural.
Fiel a essa perspectiva, articulandomaterialismo cultural e crítica social, Williams discute aqui temas variados, como comunidade e comunicações; arte e engajamento; socialismo e ecologia; o campo e a cidade; desarmamento nuclear. O livro reúne também alguns de seus ensaios políticos mais conhecidos, em que ele empreende uma avaliação minuciosa dos princípios fundamentais de uma democracia socialista. Na entrevista que encerra o livro, conduzida por seu ex-aluno Terry Eagleton, Williams apresenta ainda um breve balanço das suas considerações teóricas e, rejeitando o pessimismo paralisante, reafirma seu comprometimento em “construir a esperança viável, ao invés de tornar o desespero convincente”.
Autor de 5 livros disponíveis em nosso catálogo.
Baseado em uma série de entrevistas concedidas à New Left Review, este livro perpassa e faz uma profunda reflexão sobre a vida e a obra extremamente abrangente e original do maior ícone da esquerda britânica, Raymond Williams (1921-1988). Ao recorrer a um formato de entrevista diferente do usual em jornalismo, em que os entrevistadores também argumentam, Perry Anderson, Anthony Barnett e Francis Mulhern, produzem nestas páginas um requintado debate sobre a atividade intelectual. Editado emcinco partes – biografia, cultura, drama, literatura epolítica – o livro apreende, entrelaçando-as,a trajetória pessoal e intelectual de Williams, filho de um sinaleiro do Partido Trabalhista, nascido em uma pequena comunidade rural do País de Gales.
As palestras e ensaios reproduzidos nesta coletânea representam quase duas décadas de reflexões de Raymond Williams sobre a produção literária.
Um dos principais expoentes da linha dos Estudos Culturais, Raymond Williams, teve a ideia para a realização desta compilação de artigos um pouco antes de sua morte, em 1988. Mesmo sem ter sido devidamente concluído, Política do modernismo foi postumamente publicado, reunindo onze textos escritos ao longo da década de 1980, além de trazer a reprodução de um diálogo com seu colega Edward Saïd
Cultura e materialismo se configura como uma exemplar introdução ao pensamento de Raymond Williams, notável pensador britânico e um dos fundadores da corrente dos Estudos Culturais. O livro reúne catorze textos que abarcam pouco mais de 20 anos de sua produção, entre 1958 e 1980, apresentando análises e críticas inéditas em português.
O pensamento político ímpar e a trajetória do ativista Edward Said, um dos intelectuais mais proeminentes do século 20, emergem com simplicidade das cinco entrevistas que compõem esta obra, concedidas por ele ao jornalista norte-americano David Barsamian entre 1987 e 1993. Os depoimentos desvelam ainda o homem por trás da obra, ao trazerem à tona as ansiedades e angústias de Said acerca das relaçõesentre Israel e Palestina num período crucial da história do conflito entre os dois povos, além de relatos de episódios pessoais comoventes e comentários sobre escritores inevitáveis para ele, como Joseph Conrad, Jane Austin, T. S. Eliot e Albert Camus.