As palestras e ensaios reproduzidos nesta coletânea representam quase duas décadas de reflexões de Raymond Williams sobre a produção literária.
Concebidos entre 1964 e 1983, os textos relacionam, em particular, o estudo das formas de escrita com as condições em que o ser humano produz sua história. Não para localizar nos variados estilos literários o “reflexo” da sociedade, em um movimento mecânico, mas, ao contrário, para promover uma análise imbricada, dialética, que entrelaça dinâmica social e narrativas literárias. Arte e sociedade são, assim, manifestações de um mesmo impulso, “uma disposição comum de energia e rumos”.
Williams examina estilos literários e autores específicos: a forma dramática e a linguagem de Racine e Shakespeare; a ficção inglesa em 1848; David Hume, Charles Dickens e a transformação da prosa inglesa. O volume inclui, ainda, ensaios sobre a tradição dos estudos literários em Cambridge e sobre o papel da região e das classes no romance, além uma digressão a respeito da imaginação no processo da escrita.
No ensaio de abertura, o autor adverte que os textos relacionam-se diretamente com duas de suas obras, Marxismo e literatura (1977) e Cultura(1981). Ele se preocupa, em especial, com a significativa transformação da realidade no fim do século 20, que redefiniu as relações entre a escrita e a sociedade com o maior alcance da alfabetização, e o advento dos meios de comunicação de massa.
Autor de 5 livros disponíveis em nosso catálogo.
Baseado em uma série de entrevistas concedidas à New Left Review, este livro perpassa e faz uma profunda reflexão sobre a vida e a obra extremamente abrangente e original do maior ícone da esquerda britânica, Raymond Williams (1921-1988). Ao recorrer a um formato de entrevista diferente do usual em jornalismo, em que os entrevistadores também argumentam, Perry Anderson, Anthony Barnett e Francis Mulhern, produzem nestas páginas um requintado debate sobre a atividade intelectual. Editado emcinco partes – biografia, cultura, drama, literatura epolítica – o livro apreende, entrelaçando-as,a trajetória pessoal e intelectual de Williams, filho de um sinaleiro do Partido Trabalhista, nascido em uma pequena comunidade rural do País de Gales.
Um dos principais expoentes da linha dos Estudos Culturais, Raymond Williams, teve a ideia para a realização desta compilação de artigos um pouco antes de sua morte, em 1988. Mesmo sem ter sido devidamente concluído, Política do modernismo foi postumamente publicado, reunindo onze textos escritos ao longo da década de 1980, além de trazer a reprodução de um diálogo com seu colega Edward Saïd
Cultura e materialismo se configura como uma exemplar introdução ao pensamento de Raymond Williams, notável pensador britânico e um dos fundadores da corrente dos Estudos Culturais. O livro reúne catorze textos que abarcam pouco mais de 20 anos de sua produção, entre 1958 e 1980, apresentando análises e críticas inéditas em português.
Esta coletânea cobre o período mais intenso da produção de Raymond Williams, ao reunir palestras e textos veiculados entre as décadas de 1950 e 1980, que refletem as preocupações fundamentais do intelectual britânico, desde o início marcadas pelo vínculo entre cultura e política.
A obra de Lima Barreto e a visão do escritor acerca da mulher e do negro; o amor, da perspectiva do personagem Riobaldo, de Guimarães Rosa; o livro Cadeiras proibidas, de Ignácio de Loyola Brandão, segundo um conceito literário surgido ainda na antiguidade; a letra da música “Feijão maravilha”, de Gonzaguinha, à luz do processo dialético da aprendizagem. Estes são alguns dos vários temas de que Carlos Erivany Fantinati se ocupa nesta obra, que sintetiza sua longa carreira acadêmica.