Nesta pequena obra Paolo Rossi convida o leitor a refletir sobre esperança, sentimento que parece acompanhar o ser humano desde os primórdios, assumindo diferentes facetas ao longo dos tempos. Após discorrer criticamente sobre os diversos conceitos de esperança, abordando inclusive a desesperança, ele sugere que se cultive apenas esperanças “sensatas”. Para o filósofo, o mundo é por natureza desigual e por isso estaria eternamente sujeito a conflitos, o que torna a “Grande Esperança” uma simples e ingênua quimera. Mas esse mesmo mundo vem promovendo conquistas inquestionáveis e de forma acelerada para um número cada vez maior de pessoas, ambiente que desmonta igualmente as previsões apocalípticas.
No primeiro dos três capítulos da obra, “Sem esperanças”, Rossi faz um rico apanhado da literatura apocalítptica e catastrófica. Questiona os intelectuais “masoquistas” e a autocondenação do Ocidente – que, acredita, embute um sentimento de superioridade, mais do que de remissão. E dedica algumas páginas, inclusive, ao catastrofismo do momento, o aquecimento global, defendendo, de maneira muito bem fundamentada, que, embora seja incontestável, não há provas de que o fenômeno decorre da atividade humana.
No segundo capítulo, “Esperanças desmedidas”, o filósofo fala sobre o apego a um tipo oposto de expectativa quanto ao futuro. Ele questiona os paraísos imaginários, o mito do homem novo, a recente ideologia do transhumanismo, as ideologias – que a seu modo também prometem uma espécie de éden. Enfim, questiona a “Grande Esperança”.
O terceiro capítulo é dedicado à defesa da adesão às “esperanças sensatas”. Esta seria a medida possível de esperança, diante da inevitabilidade das contendas num mundo povoado por diferenças. Em tal ambiente, o filósofo propõe que se busque estabelecer “pazes”, em vez de almejar por uma questionável paz universal e perene. Contrapondo-se aos catastróficos, místicos e “xamãs fantasiados de filósofos”, ele lembra as virtuosas conquistas da época contemporânea que, embora não alcancem “todos” os seres humanos, vêm se expandindo rapidamente, assim como o regime político sob o qual se desenvolvem – a democracia.
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O autor deste livro foi um dos primeiros estudiosos a se ocupar, há mais de 30 anos, do tema das artes da memória na cultura europeia. Imagens construídas para lembrar ressurgem, entre o Quinhentos e o Seiscentos, nos escritos dos jesuítas, nos manuais para confessores, nos catecismos para os iletrados; voltam a se apresentar hoje na literatura psiquiátrica, nas escolas para os agentes de publicidade. Memória e imaginação são faculdades gêmeas, como queriam Hobbes e Vico, ou contrapostas, como pensa hoje uma difusa (e deletéria) pedagogia antinocionista? Porém, o tema da memória é muito mais amplo que o da arte da memória. Tem a ver com a ideia - ativa na biologia, na filosofia, na literatura, na psiquiatria - que pedaços do passado se reconstituem ou tornam a emergir no presente. Quem assim pensa, também pensa numa não unicidade dos eventos, numa repetição. Como coexistem na cultura europeia a imagem do tempo como "flecha" e do tempo como "ciclo"?
Paolo Rossi, autor de A ciência e a filosofia dos modernos, analisa neste livro os deslocamentos semânticos aos quais as noções de crescimento e progresso foram submetidas durante a modernidade. Remetendo a textos de filósofos, cientistas e literatos, o autor procura redesenhar o quadro do racionalismo moderno ao questionar a unidade e permanência de alguns de seus conceitos-chave.
Analisando aspectos da luta que os primeiros cientistas modernos travaram contra o misticismo, o ocultismo e o orientalismo, esta obra oferece excelente oportunidade para uma ampla reflexão sobre este movimento que abalou as formas de pensar dos séculos XV e XVI, além das interpretações inovadoras de aspectos científicos do trabalho desses pioneiros.
Paolo Rossi faz aqui uma reflexão sobre o tema alimentação para demonstrar que o simples ato de comer está muito mais carregado de significados, culturais e antropológicos, do que se pode imaginar quando se se pensa em assuntos como dietas saudáveis, desnutrição e gastronomia, muito em voga atualmente.
Este Volume reúne alguns dos mais notáveis ensaios de Alexandre Eulalio (1932-1988), ex-professor de Teoria Literária da Unicamp, que se notabilizou como crítico e jornalista, dotado de uma inteligência aguda e assinalada por um interesse universal. Os temas aqui tratados versam sobre a essência do próprio ensaio, sobre aspectos da vida cultural e literária brasileira, sobre teatro e sobre artes plásticas, analisados de uma perspectiva refinada e, às vezes, surpreendente.