Paolo Rossi faz aqui uma reflexão sobre o tema alimentação para demonstrar que o simples ato de comer está muito mais carregado de significados, culturais e antropológicos, do que se pode imaginar quando se se pensa em assuntos como dietas saudáveis, desnutrição e gastronomia, muito em voga atualmente.
Nesse estudo, ele investiga e descreve a inextricável mistura de sentimentos envolvidos no ato de alimentar-se – necessidade básica, desejo primal, obsessão patológica –, explorando as inúmeras nuances que o verbo comer assumiu na história da humanidade.
A própria multiplicidade de metáforas alimentaresempregadas no dia-a-dia de qualquer pessoa (“comer com os olhos”, “engolir um sapo”, devorar um livro”), sugere Rossi, é indicativa da miríade de desejos primários e emoções profundas que povoam o universo da alimentação.
Com elementos pinçados da história das ideias, ele constrói um mosaico de cenários e situações em que esses sentimentos se revelam. E mostra como é profunda a ligação entre o comer e a condição humana, e como, para além de satisfações fisiológicas, existem elos de ordem psíquica que resvalam na fronteira do plano mítico.
A pesquisa, atemporal, atravessa culturas e temas, como a fome em diferentes épocas e sociedades humanas, incluindo a contemporânea, aborda o jejum, a greve de fome, o canibalismo, o vampirismo, o serial killers, que transgride o maior dos tabus, ao devorar suas vítimas.
Autor de 5 livros disponíveis em nosso catálogo.
O autor deste livro foi um dos primeiros estudiosos a se ocupar, há mais de 30 anos, do tema das artes da memória na cultura europeia. Imagens construídas para lembrar ressurgem, entre o Quinhentos e o Seiscentos, nos escritos dos jesuítas, nos manuais para confessores, nos catecismos para os iletrados; voltam a se apresentar hoje na literatura psiquiátrica, nas escolas para os agentes de publicidade. Memória e imaginação são faculdades gêmeas, como queriam Hobbes e Vico, ou contrapostas, como pensa hoje uma difusa (e deletéria) pedagogia antinocionista? Porém, o tema da memória é muito mais amplo que o da arte da memória. Tem a ver com a ideia - ativa na biologia, na filosofia, na literatura, na psiquiatria - que pedaços do passado se reconstituem ou tornam a emergir no presente. Quem assim pensa, também pensa numa não unicidade dos eventos, numa repetição. Como coexistem na cultura europeia a imagem do tempo como "flecha" e do tempo como "ciclo"?
Paolo Rossi, autor de A ciência e a filosofia dos modernos, analisa neste livro os deslocamentos semânticos aos quais as noções de crescimento e progresso foram submetidas durante a modernidade. Remetendo a textos de filósofos, cientistas e literatos, o autor procura redesenhar o quadro do racionalismo moderno ao questionar a unidade e permanência de alguns de seus conceitos-chave.
Analisando aspectos da luta que os primeiros cientistas modernos travaram contra o misticismo, o ocultismo e o orientalismo, esta obra oferece excelente oportunidade para uma ampla reflexão sobre este movimento que abalou as formas de pensar dos séculos XV e XVI, além das interpretações inovadoras de aspectos científicos do trabalho desses pioneiros.
Nesta pequena obra Paolo Rossi convida o leitor a refletir sobre esperança, sentimento que parece acompanhar o ser humano desde os primórdios, assumindo diferentes facetas ao longo dos tempos. Após discorrer criticamente sobre os diversos conceitos de esperança, abordando inclusive a desesperança, ele sugere que se cultive apenas esperanças “sensatas”. Para o filósofo, o mundo é por natureza desigual e por isso estaria eternamente sujeito a conflitos, o que torna a “Grande Esperança” uma simples e ingênua quimera. Mas esse mesmo mundo vem promovendo conquistas inquestionáveis e de forma acelerada para um número cada vez maior de pessoas, ambiente que desmonta igualmente as previsões apocalípticas.
Este livro, de Steven Roger Fischer, é um estudo profundo das ilhas por meio de um conceito que inclui a geologia (que lhes dá forma), a biologia (que lhes traz vida) e a cultura, por meio da qual adquirem significado. Sempre levando em conta a sinergia entre os três vértices, o autor volta-se principalmente à cultura, tentando aquilatar o significado das ilhas para os seres humanos, cujo desenvolvimento entrelaça-se desde os primórdios a essas formações.